segunda-feira, 2 de junho de 2014

Modelo para macroprudencial

a ideia: tem uma externalidade no acumulo de divida externa, por exemplo. cada um não leva em conta que sua decisão de tomar mais dívida externa aumenta a exposição do sistema financeiro como um todo a um sudden stop. aí ele se endivida mais do que o socialmente ótimo.

a externalidade vem de algo assim:

no nível da firma individual, di_max < fcolateral (xi, P)

ou seja, a dívida máxima de cada firma é dada por uma restrição de colateral; e esse colateral depende de coisas específicas à firma (xi) mas também de variáveis de mercado (P), como preço da taxa de câmbio, por exemplo, que transforma o valor de um colateral nontradable em colateral tradable -- que é o que importa para o credor externo.

decisões privadas que afetem, em equilíbrio geral, a variável P, digamos o câmbio, geram externalidade: um câmbio mais depreciado porque a economia privada agregada está muito endividada aumenta as chances da desigualdade ficar "binding" para todas as firmas da economia! O equilíbrio de Nash, claro, é todos tomando P como dado, e muita dívida externa com P alto "demais" (câmbio depreciado). Nesse equilíbrio, pequenos choques atingindo P podem tornar a restrição de empréstimos binding para muita gente, e aí segue-se um credit crunch na economia: o acelerador é assim: choque inicial deprecia cambio, isso faz a restrição binding, a economia desaba, tem defaults, o cambio deprecia mais, a restrição fica mais binding e assim por diante.

policy recommendation: taxar divida externa.

viva o Mantega e o Tombini

10 comentários:

  1. Tem um JET do Kehoe e Perri com uma ideia parecida. Mas não tem câmbio:

    http://www.fperri.net/papers/sr307.pdf

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  2. http://aculatra.com/wp-content/uploads/2014/05/i-have-no-idea-what-im-doing-dog.jpg

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    1. Retrato do X depois que aprendeu a brincar de dynare!!

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  3. Então tem que taxar o governo...
    Um canal em equilíbrio geral: poupança externa não tem substituto local decente, então investimento cai, produto tb, o colateral das firmas diminui, o que dá acelerador financeiro do mesmo jeito. É o antibiótico que causa câncer.
    O Antoninho concordaria comigo, partial equilibrium sucks.

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    1. Silvio, olá!
      Acho que não, rapaz. Se tem externalidade, e ela parece ser importante, tem que taxar sim. Claro, quantitativamente eh mais complicado...mas seu argumento não está correto, a não ser, a não ser, que você acredite existir grandes externalidades na acumulação de capital, o que torna interessante politicas de incentivo a atração de poupança. Os economistas do crescimento endógeno criam nisso nos anos 90, mas a evidencia empírica não corroborou, matou os modelos AK.

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  4. Ha uma resenha desses modelos feita pelo Korinek aqui: https://4310b1a9-a-6248405a-s-sites.googlegroups.com/a/korinek.com/home/download/PrudentialCapitalControls.pdf

    O problema que vejo em relacao a eles e' que em geral sao baseados em endowment economies e normalmente sao resolvidos para economias em torno do steady state. A Helene Rey tem um novo paper que tenta olhar para economias em desenvolvimento fora do steady state e encontra efeitos heterogeneos de integracao financeira dependendo das caracteristicas do pais: http://www.helenerey.eu/RP.aspx?pid=Working-Papers_en-GB&aid=71507397123_67186463733

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  5. Acho que estão lendo este blog:
    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,governo-reduz-iof-para-atrair-dolares-para-credito-de-empresas,1505294

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