sábado, 15 de março de 2014

Banking games

O último livro do Charles Calomiris é muito bom, cansa um pouco, meio longo, mas vale. Explica detalhadamente o equilibrio politico por trás do surgimento de sistemas bancários em diferentes partes e épocas.

Bancos no norte dos EUA e no sul, no século 19: no norte prevalecia unit banking, sem branching: uma porrada de pequeninos provendo crédito para locais -- bancos pouco diversificados. No sul eram os chartered banks, maiores, com branches -- mais diversificados.

Por quê?

Porque no norte o principal ativo era a propriedade pequena, sem escravos. Assim, o unit bank pequeno, provedor de crédito local, tinha apoio generalizado. Em momentos de choques ruins, ele (banco) não tinha muito que fazer e seguia provendo crédito local, fornecendo uma espécie de seguro via crédito continuado. No Sul, a riqueza principal era em forma de escravos, que podiam ser realocados após choques adversos locais -- diminuindo o benefício de um banco pequeno local que fornecesse essa espécie de seguro. E tinha muito comércio exterior, aumentando o payoff de um mercado de crédito que ligasse mercadores e plantadores desde o litoral até o interior do país -- daí o benefício de branching (o custo de informação dentro de um mesmo banco realizando diversas transações era obviamente menor que no caso de inter diversos bancos diferentes ligando o produtor do interior aos comerciantes nos portos).

3 comentários:

  1. E o último livro do Easterly? Você já comentou, Carlos?

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  2. Eu estou lendo agora, Tiranny of Experts. Não estou curtindo muito, parece similar demais ao White Man's Burden. A velha ideia de que top-down development não funciona, que tem que ser grassroots, etc. Nesse ele foca no debate histórico, de porque a coisa evoluiu favoravelmente ao desenvolvimento tipo força-bruta, tipo: "faz isso aqui que voce cresce", ao invés do que ele chama de free-development

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  3. Mal escrito é pouco para descrever esse post.

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