65% dos brasileiros declararam que mulheres que usam roupas revelando o corpo merecem ser atacadas. Esse é o resultado de uma enquete feita pelo IPEA*. O link para uma matéria cobrindo o resultado está aqui. O artigo original do IPEA pode ser encontrado aqui**. A distribuição de respostas pode ser visto na figura abaixo:
Você lê um trem desses e, supondo que o resultado é confiável***, fica pessando duas coisas:
(1) minha/sua filha (que não vestirá burkas ou indumentária do tipo) crescerá nesse tipo de ambiente; how nice to her eh?
(2) qual o mínimo de escolaridade (if any) o sujeito precisa ter para dissolver uma crença estaparfúdia , idiota e absolutamente retardada dessas?
Um amigo me disse que para os que se sentirem desesperançosos com esse tipo dado (sim, porque essas coisas se reproduzem facilmente e mesmo sob pressão de "forças externas" -- educação --, não decrescerão pra níveis desejáveis no horizonte das nossas vidas), uma possível solução pode ser encontrada clicando aqui ou mesmo aqui.
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* Os jornalistas insistem em geral em chamar essas enquetes de estudo/pesquisa...atenção galera das redações: pesquisa (research) != enquete (survey).
** Thanks for the link Miss Pousada!
*** (update) Há gente falando que "atacar" foi interpretado pelos entrevistados como "cantada". Sei lá. Não compartilho desse léxico. Ainda que seja esse o caso (de quantos, 30%?), a mensagem "qualitativa" da enquete permanece, a saber: que atitudes machistas ainda são prevalecente entre muitos -- o que nem devia ser surpreendente de qualquer forma. Infelizmente, parece haver "negadores" de plantão empenhados em desqualificar o survey (como se não se soubesse que as respostas a qualquer tipo de questão são mesmo frágeis e sujeitas a "framing effects". ) para negar que exista machismo. Vai entender...
** Thanks for the link Miss Pousada!
*** (update) Há gente falando que "atacar" foi interpretado pelos entrevistados como "cantada". Sei lá. Não compartilho desse léxico. Ainda que seja esse o caso (de quantos, 30%?), a mensagem "qualitativa" da enquete permanece, a saber: que atitudes machistas ainda são prevalecente entre muitos -- o que nem devia ser surpreendente de qualquer forma. Infelizmente, parece haver "negadores" de plantão empenhados em desqualificar o survey (como se não se soubesse que as respostas a qualquer tipo de questão são mesmo frágeis e sujeitas a "framing effects". ) para negar que exista machismo. Vai entender...
Me recuso a acreditar que a maioria votou no "merece ser atacada"
ResponderExcluirSe as palavras fossem outras e os pesquisadores usaram sinônimos faria mais sentido. Mas não consigo imaginar uma pessoa mesmo nos ambientes menos educados que pensa que "merece ser atacada" apesar de conseguir imaginar muitos em que usariam termos como "aconteceu pois é piranha"
Olhe o gráfico com os resultados.
ExcluirEu vi a pesquisa sérgio, olhe também a regressão para ficar ainda mais surpreso.
ExcluirPra mim isso nada mais mostra que o retrato do Brasil preconceituoso conservador autoritário que se esconde de forma hipócrita pela nossa sociedade. Nisso não há distinção entre rico ou pobre, bem educado ou mal educado, atinge todas as classes. É aquele típico pensamento Arnaldo Jabor feelings
ExcluirMas a estupidez concentrou mais em pessoas com pouca escolaridade
ExcluirA meu ver, ao ler a notícia, o termo "merece ser atacada" tem o claro significado "ser violentada/estuprada". Todavia, acredito que essa não fosse (necessariamente) a ideia daqueles que responderam concordar com tal. "Atacada" pode significar "estuprada", mas também pode ser "assediada" ou até mesmo algo mais inocente como "cortejada". Com isso só quero dizer que não creio que as pessoas anunciaram-se favoráveis ao estupro de quem adote estilo piriguete (ainda que fossem realmente favoráveis, seria necessário uma ampla aceitação social para que isso fosse abertamente respondido à pesquisa). E a outra pergunta também é questionável: Realmente significa que a maioria acredita que a culpa do estupro é da mulher ou que existem comportamentos que não expõem as mulheres a situações onde o risco de estupro é maior? Creio que estes questionamentos só podem ser respondidos com uma pesquisa melhor elaborada. O que fica desse trabalho são especulações que naturalmente tendem ao senso comum.
Excluir1) Por que o IPEA fez esta enquete? Me parece mais uma atribuição do Ministério de Desenvolvimento Social, por exemplo...
ResponderExcluir2) Sérgio, excelente solução!
Os entrevistados podem ter interpretado "atacar" como dar mole, lançar uma cantada ou algo do tipo. Olhem as respostas as outras perguntas do questionário. A situação me parece bem melhor do que a primeira impressão indica.
ResponderExcluirNice try!
ExcluirPenso o mesmo.
ExcluirNão consigo entender. Tem alguma coisa errada nessa pesquisa ou em sua interpretação. O estupro é altamente condenado na sociedade brasileira, inclusive nas prisões. 91 % dos entrevistados acham que “Homem que bate na esposa tem que ir para a cadeia”. e mais do 60% acham que mulher deve ser atacada dependendo da roupa usada? Não tem sentido. Talvez a pergunta devesse ser: vc atacaria uma mulher que usasse pouca roupa? Ou será que a resposta obtida para essa pergunta é uma condenação ao jeito de se vestir de algumas mulheres?
ResponderExcluirNão se esquecer do problema MUNDIAL que é a violência de gênero. A marcha das vadias nasceu no Canadá depois que um delegado de lá aconselhou uma vítima a parar de se vestir como uma vadia para não ser atacada.
ResponderExcluirOk, interpretação de texto não é o forte da nossa rapaziada. Mas será que tem tanta ambiguidade assim no signficado do verbo "MERECER"? Minha evidência anedótica é que esse resultado de 65% é uma aproximação muito boa do que as pessoas nesse país pensam. Já ouvi isso de muito amigo escolarizado...
ResponderExcluirComo assim enquete? A princípio isso foi uma pesquisa de âmbito nacional. Não entendi o que você quis dizer.
ResponderExcluirSérgio, apenas esclarecendo: no Brasil, geralmente se chama de enquete um levantamento sem rigor metodológico; daí minha pergunta.
ResponderExcluirMais de 60% dos entrevistados são mulheres...
ResponderExcluirSergio olhe esse vídeo
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=Eai83tWBFVU
meus caros, interpretação de texto no brasil ja é algo dificil dado o nivel da educação...se somarmos a isso perguntas feitas de forma errada e/ou com significado dubio temos esse resultado do IPEA...
ResponderExcluirDado que as pesquisas são feitas por aquelas moças/senhoras de calça jeans e boné, talvez tenha gerado uma tendência nas respostas. O respondente, para não "destoar" de sua primeira impressão ou talvez para não ofender a pesquisadora (aquela senhora, vestida daquela maneira, deve ser moralista, e iria olhar feio para uma resposta menos conservadora), acaba indo para o lado do extremo moralismo, ainda que falso.
ResponderExcluirmoça de calça jeans e boné?
ExcluirDe fato, tinha algo errado! É claro que o machismo e a cultura do estupro são generalizados, mas estava muito difícil acreditar que as pessoas fossem admitir isso, abertamente, a um entrevistador...
ResponderExcluirhttp://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/04/1435877-pesquisa-que-indica-apoio-a-ataques-a-mulheres-esta-errada-diz-ipea-so-26-concordam.shtml
http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,ipea-corrige-pesquisa-sobre-abuso-contra-mulheres,1149437,0.htm
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