Belo debate, mas uma coisa que nao entendo (pelo menos os dados nao mostram) é esse papo do Marcos Lisboa do setor de serviços garantindo por um bom tempo a demanda por trabalho. Nao é verdade. Peguem os dados da PME. Vocês verão que nao há nenhum aumento relevante na particicapacao do emprego em servicos no emprego total.
Concordo com quase todo o resto, mas neste ponto, que ele insiste em repetir, tenho minhas duvidas.
À primeira vista, curto a comparaçao do Brasil atual com o Brasil da decada de 70. Como diz o Samuel, a Dilma tem gosto de Geisel requentado.
Contudo, fazendo uma comparaçao mais precisa, acho que as situacoes sao completamente distintas. Naquela epoca, o Brasil, para permanecer crescendo (a tal "marcha forçada"), se endividou com o resto do mundo e com pouca bala na agulha em termos de reservas.
Agora, a Dilma quer manter o crescimento (via BNDEs) aumentando o endividamento interno, o que é totalmente diferente. Obvio que essa conta tera de ser paga algum dia, mas nao é nada que deixe a economia tao prostrada quanto uma baita restricao externa (que ainda desencadeou uma hiperinflacao em seguida).
Anunciar, portanto, que a Dilma esta correndo o mesmo risco que Geisel correu (e levou) me parece algo meio sem noçao. É a força da analogia imperando sobre qualquer tipo de razoabilidade.
A desigualdade esta caindo nesse modelo Dilma. Na verdade, o ritmo de queda da desigualdade aumentou no modelo Dilma. É a segunda derivada! Isso ninguem fala. Por sinal, na ditadura era precisamente o inverso.
Enfim, acho que querem criticar demasiadamente o governo atual sem reconhecer que houve puta avanço redistributivo NESSE modelo!
Sim, há um post recente sobre isso! ALIAS, recomendo FORTEMENTE que acompanhem a produção acadêmica do Prof. Mauro. Ele tem um modelo muito legal que diz que proteção à indústria pode gerar em distorções distributivas. Viva os Neoclássicos!
O endividamento é interno, mas o crescente déficit nas transações correntes não. É por aí que ocorre a absorção de poupança externa. E esse dinheiro está sendo usado para aumentar o investimento e melhorar a competitividade e a capacidade exportadora do país, mas apenas para manter uma demanda (pública e privada) que é insustentável no médio/longo prazo. Essa é a marcha forçada da Dilma à qual o Lisboa quis fazer uma analogia com o Geisel. Isso é populismo. Ninguém é contra aumento da renda ou melhoras na distribuição de renda. Mas isso tem que ser feito de forma responsável, e não apenas com o calendário eleitoral na cabeça.
De onde vem esse dado de que o ritmo de queda da desigualdade aumentou no governo Dilma? Pelos dados do próprio IPEADATA, o Gini foi de 0.589 em set/2002 para 0.543 em set/2009 (uma aproximação do gov. Lula para os dados disponíveis), isto é, uma queda anual de 1.17%. No período set/2009 a set/2012 o Gini caiu de 0.543 para 0.530, uma queda anual de 0.80%. Você usou alguma outra fonte de dados para chegar nessa segunda derivada?
Belo debate, mas uma coisa que nao entendo (pelo menos os dados nao mostram) é esse papo do Marcos Lisboa do setor de serviços garantindo por um bom tempo a demanda por trabalho. Nao é verdade. Peguem os dados da PME. Vocês verão que nao há nenhum aumento relevante na particicapacao do emprego em servicos no emprego total.
ResponderExcluirConcordo com quase todo o resto, mas neste ponto, que ele insiste em repetir, tenho minhas duvidas.
R
À primeira vista, curto a comparaçao do Brasil atual com o Brasil da decada de 70. Como diz o Samuel, a Dilma tem gosto de Geisel requentado.
ResponderExcluirContudo, fazendo uma comparaçao mais precisa, acho que as situacoes sao completamente distintas. Naquela epoca, o Brasil, para permanecer crescendo (a tal "marcha forçada"), se endividou com o resto do mundo e com pouca bala na agulha em termos de reservas.
Agora, a Dilma quer manter o crescimento (via BNDEs) aumentando o endividamento interno, o que é totalmente diferente. Obvio que essa conta tera de ser paga algum dia, mas nao é nada que deixe a economia tao prostrada quanto uma baita restricao externa (que ainda desencadeou uma hiperinflacao em seguida).
Anunciar, portanto, que a Dilma esta correndo o mesmo risco que Geisel correu (e levou) me parece algo meio sem noçao. É a força da analogia imperando sobre qualquer tipo de razoabilidade.
A desigualdade esta caindo nesse modelo Dilma. Na verdade, o ritmo de queda da desigualdade aumentou no modelo Dilma. É a segunda derivada! Isso ninguem fala. Por sinal, na ditadura era precisamente o inverso.
Enfim, acho que querem criticar demasiadamente o governo atual sem reconhecer que houve puta avanço redistributivo NESSE modelo!
Abs
Julio
Segundo um artigo que anda circulando que usa dados do IRPF, a desigualdade parou de diminuir ou aumentou durante o governo da mentecapta presidanta
ExcluirSim, há um post recente sobre isso! ALIAS, recomendo FORTEMENTE que acompanhem a produção acadêmica do Prof. Mauro. Ele tem um modelo muito legal que diz que proteção à indústria pode gerar em distorções distributivas.
ExcluirViva os Neoclássicos!
O BOTELHO É 10! Porque ele não faz parte do blog? Os melhores posts são sugestão dele.
ResponderExcluirEle é 10 tbm como professor e não dá bola pra isso... :(
ExcluirO endividamento é interno, mas o crescente déficit nas transações correntes não. É por aí que ocorre a absorção de poupança externa. E esse dinheiro está sendo usado para aumentar o investimento e melhorar a competitividade e a capacidade exportadora do país, mas apenas para manter uma demanda (pública e privada) que é insustentável no médio/longo prazo.
ResponderExcluirEssa é a marcha forçada da Dilma à qual o Lisboa quis fazer uma analogia com o Geisel.
Isso é populismo. Ninguém é contra aumento da renda ou melhoras na distribuição de renda. Mas isso tem que ser feito de forma responsável, e não apenas com o calendário eleitoral na cabeça.
Corrigindo: esse dinheiro NÃO está sendo usado para aumentar o investimento e melhorar a competitividade e a capacidade exportadora do país
ResponderExcluirCaro Julio,
ResponderExcluirDe onde vem esse dado de que o ritmo de queda da desigualdade aumentou no governo Dilma? Pelos dados do próprio IPEADATA, o Gini foi de 0.589 em set/2002 para 0.543 em set/2009 (uma aproximação do gov. Lula para os dados disponíveis), isto é, uma queda anual de 1.17%. No período set/2009 a set/2012 o Gini caiu de 0.543 para 0.530, uma queda anual de 0.80%. Você usou alguma outra fonte de dados para chegar nessa segunda derivada?
Um abraço,
Danilo
O Julio foi desmascarado...
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