Esse post foi escrito durante a Copa. Mas com o 7-1 acabei desanimando. Agora resolvi reeditar.
Não foi só o time brasileiro que decepcionou na Copa. A torcida também. Por exemplo, há relatos de que, no jogo contra o México, era como se o Brasil fosse a equipe visitante (veja aqui e aqui). Houve inclusive campanhas com o objetivo de ensinar novos cantos à torcida brasileira, além do já batido "Sou brasileiro, com muito orgulho...".
Não vou negar que há diferenças de fanatismo entre torcidas no mundo. Mas acho que parte das diferenças observadas na Copa podem muito bem refletir um componente conhecido entre economistas: seleção.
Primeiro, para o estrangeiro, é custoso deslocar-se do seu país para torcer para seu time. Isso implica que só os mais fanáticos estarão dispostos a pagar esse custo. Assim, mesmo que as distribuições não condicionais das torcidas local e estrangeira (em termos de fanatismo) sejam idênticas, o custo de deslocamento fará com que a torcida visitante seja em média mais barulhenta que a local, pois será selecionada apenas a cauda da distribuição entre os estrangeiros.
Há seleção também entre os torcedores locais, mas de maneira "perversa". Especificamente, a Copa cria um oba-oba, atraindo o interesse de pessoas com pouca cultura de futebol, que não costumam frequentar estádios, mas que acabam ficando com parte dos ingressos.
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