sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Pela volta dos militares

Sexta à tarde é dia de dar uma olhada no que tem saído de novo por aí. Achei este texto sobre CEOs com bagagem militar.

Pelo visto, empresas como Wal Mart e General Electric têm adotado programas para selecionar pessoas que serviram no Iraque e no Afeganistão.

Buscam em militares atributos como dedicação, ética, autossacrifício e capacidade de tomar decisões em circunstâncias estressantes. 

Naturalmente, correm o risco de trazer indivíduos agressivos, autoritários, demasiadamente confiantes e propensos ao risco.

Para desempatar, os autores analisaram uma base de dados de 4013 executivos, 2402 firmas e 22044 anos de observações, incluindo informações biográficas, detalhes do serviço militar, bagagem educacional e características das firmas.

A evidência mostra que empresas comandadas por CEOs com formação militar tendem a ser mais conservadoras e têm desempenho melhor em momentos de crise.

A meu ver, no entanto, o resultado mais interessante é o que trata de ética. 

A chance de um executivo com formação militar se envolver em alguma maracutaia é significativamente menor do que a de um “CEO civil”. 

Contrate um CEO militar e a probabilidade de mutreta se reduz em 70%. Mais do que isso: se você quer profissionalizar sua empresa e valoriza a ética, prefira um CEO militar a um civil com MBA.

É difícil esgotar convincentemente questões de causalidade em exercícios desse tipo. Os autores procuram controlar os efeitos, mas, naturalmente, são cautelosos com as conclusões.

Não se trata evidentemente de dizer que não há bandido militar e que quem não é militar é bandido.

Agora, olhando a história do Brasil desde 1900 à luz dessa evidência – e das lições do penúltimo post do Maurão – parece que uma solução eficiente para grande parte dos males atuais (da roubalheira ao rolézinho) seria eleger democraticamente governantes militares, não?

28 comentários:

  1. Isso vale para a Petrobras?

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  2. Oloco, cuidado pra n virar alvo da MAV-PT depois dessa postagem

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  3. Ainda não li o texto, mas acredito que ele não se refere a militares de carreira, mas a quem prestou o serviço militar. Em Israel ou mesmo na Suíça, são basicamente 100% dos homens. Em Israel, são 3 anos de serviço obrigatório. E é impossível negar que milicos possuem muito mais disciplina e resiliência, principalmente na atual geração Y, que tem formado muito adulto mimado...

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  4. A Venezuela tem feito isso faz uns bons anos!

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    1. A coisa descambou lá quando eles acabaram com a democracia. O exemplo é ruim.

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  5. Não entendi a relação da história do rolezinho com isso...
    De qualquer forma tem que ver qual a validade disso pra outros contextos, supondo que os resultados tenham mesmo validade interna. Porque é provável que muitos desses caras tenham se alistado voluntariamente, certo? (Já que eles tem qualificação suficiente pra ocupar esses carros)

    Ie, são selfless o suficiente pra correr o risco de morrer quando poderiam ter carreiras civis bem sucedidas desde sempre.

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    1. Continuando. Ou seja, a questão ética pode vir daí, não necessariamente eles "aprenderam" isso no quartel
      Foi mal, tô no celular, deve estar muito mal escrito

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  6. Rolezinho eu coloquei só p/ sacanear. Não tem nada a ver. Rolezinho é uma ideia genial. Esqueça o rolezinho e pensa apenas no resto ...

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    1. Tudo bem, mas e o resto? Meu ponto é que a escolha de ser militar nos EUA e no Brasil são muito diferentes, então não creio que a conclusão valha aqui.
      Vc não acha?

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    2. Aí não sei não. Os milicos fizeram besteira, abusaram. Mas não ficaram ricos. Isso quer dizer alguma coisa. É esse o ponto que quero ressaltar.

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  7. A conclusão do texto é absurda. O estudo é sobre governança privada e nada fala sobre política. Governos militares, mesmo que eleitos democraticamente, são governos militares. Não há bons exemplos. O que pode-se concluir do estudo: uma boa administração deve ter ética, disciplina e hierarquia. Conclusão do autor: Governos democráticos são melhores administrados por militares.(???)

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    1. Na boa, vc pensou antes de escrever essa abobrinha? Quer dizer que ética no privado é uma coisa, no público é outra? Estou me baseando em uma evidência, sem contar com as informais para a triste história recente deste país. Vejo o seu comentário e a única saída é chamar o garçom e pedir mais uma.

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    2. Desculpe-me mas a solução p/ resolver o problema da corrupção não é plausível, governos militares eram corruptos. Não acredito que tudo o que você escreveu seja absurdo, mas sim a sua conclusão. Agora tratar dessa forma um comentário de um leitor, insultando-o é deselegante e ofensivo, mesmo na internet.

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  8. Prof. Toledo,

    O senhor já contratou algum ex-militar? Caso afirmativo, como foi a experiência?

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  9. Contratei um filho de militar há uns 10 anos. Hoje ele é meu sócio.

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  10. http://www.theatlantic.com/business/archive/2014/01/the-financial-benefits-of-being-beautiful/282975/

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  11. Este tem mais a ver com o tópico: http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/01/1400028-na-copa-aeroporto-do-ceara-podera-ter-terminal-de-lona.shtml

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  12. Gostei da provocação! Mas fiquei pensando que nos países ocidentais democráticos essas características citadas como pontos positivos dos ex-militares está cada vez mais rara. As famílias praticam o oposto e cada vez menos teremos a rigidez e a resiliência.

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  13. "Contratei um filho de militar há uns 10 anos. Hoje ele é meu sócio."

    Toledão fazendo regressão com um ponto só. Por isso é consultor, não acadêmico.

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    1. Mas peraí: ele tava respondendo uma pergunta..O post não foi escrito com base nessa experiência...não sei o que é pior: quem faz regressão com um ponto só ou não entende o que os outros escrevem...

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    2. Outro dia ajustei uma curva logística com um ponto só. Regressão linear eu faço sem dados.

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    3. huaihaiauhaiuahaiu

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  14. Parece que historicamente faria sentido, sim, mas se considerar a Polícia Militar temo que o resultado tenderia ao do paper apresentado pelo Mauro.

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  15. Tem que por um dos Buen Dia no comando. Democraticamente. Eles duram pra sempre, entao o roubo em equilibrio eh menor, pois o futuro importa mais.

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  16. Texto repleto de bobagens sem fundamentação empírica sólida. Nem vale a pena a leitura.

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