quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Aversão ao risco e a crítica de Lucas


Esse paper, de uma turma boa, faz um experimento para mostrar que a aversão ao risco pode variar no tempo. No experimento, pessoas expostas a um filme de terror apresentam depois disso aversão ao risco bem maior.

Se aversão ao risco for de fato tão variante, acho que a literatura macro tem um problema para enfrentar. Esse parâmetro é normalmente tratado nos modelos macro como um "deep parameter": não é afetado pela policy. Mas e se isso não for verdade? Bom, nesse caso, os modelos atuais não sobreviveriam à crítrica de Lucas.

Vamos ver onde esse paper vai ser publicado. A depender, modelar a aversão ao risco pode passar a ser um bom tópico (preferências com hábito já fazem isso, mas a evidência do paper claramente nos obrigaria ir além).

10 comentários:

  1. u(t) = u(t-1) + v(t)

    variação u(t) = v(t)

    v(t) assume 1 ou -1

    A variação da aversão ao risco depende da ocorrência de sucesso ou fracasso
    seria um primeiro palpite

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    1. Nesse caso, um choque negativo de produtividade torna as pessoas mais avessas ao risco e derruba o nível de longo prazo do produto.....

      é uma histerese num ciclo real de negócios

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  2. Eu espero não fugir muito com o escopo da questão, mas não seria a aversão ao risco um indicador do estágio do ciclo econômico (ou vice versa: o estágio da economia seria um bom explanador de como está a aversão ao risco média dos agentes)? Ainda mais tratando do ambiente Macro, poderíamos considerar a aversão ao risco uma variável progressiva que obedece uma função, decorrente de políticas macro em t-x.

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  3. Concordo! Cachorro que foi mordido por cobra tem medo de linguiça... Gato escaldado tem medo de água fria e por aí vai. A percepção e aversão ao risco dependem também da memória e capacidade de resiliência.

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  4. ~~~cÍtRiCa de lUcaS~~~

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  5. MEU DEUS DO CÉU AMADO, COMO ECONOMIA É CHATA !!!!!!!!!!!!!!!!!

    O QUE QUE EU FIZ COM MINHA VIDA ?!?!?!?!?!?!?!?!

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  6. Posso estar falando uma tremenda asneira, já que não sei o quanto isso afetaria a solução dos modelos, mas não parece ser tão extremamente complexo tornar este parâmetro um hiperparâmetro e permiti-lo variá-lo no tempo, tendo em vista que é possível estimar um VAR na forma de espaço de estado de modo recursivo por métodos bayesianos. A questão que emerge é como isso seria modelado.

    Por exemplo, eu, particularmente, sempre achei essa hipótese muito forte, pois há evidências de que os agentes reagem de forma distinta nos ciclos. Alguns fatores explicam isso, como o acelerador financeiro, mas é provavel que a aversão ao risco também desempenhe um papel. Por exemplo, numa recessão, é provavel que as pessoas tenham propensão diferente ao risco relativamente a um boom. Acho que faz sentido, e disso resultaria um modelo com respostas não lineares que dependem do estado da economia.

    Dá pra se pensar em exemplos com choques de preferencias e tal, o que seria diferente. Mas não sei bem como esse tipo de coisa afetaria o ambiente macroeconômico.

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    1. A solucao numerica pode complicar bastante se estiver usando simulated method of moments. Como afeta a Euler equation, nao dah nem pra ter uma discussao seria se o modelo usa uma trajetoria de juros exogena. A questao eh que a forma funcional eh totalmente aleatoria; o teorema seria algo como "para qualquer trajetoria X de consumo e Z de juros com aversao ao risco constante, existe uma trajetoria Y de aversao ao risco e U de juros tal que o equilibrio eh identico".

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    2. O ponto do cara, pelo que entendi, é que a utilidade pode ser estado-dependente, tal que a aversão ao risco também o é. State-space com mudança de regime endógena deve dar conta, daí o método bayesiano. O modelo é linear condicional num certo estado de natureza e não linear quando há mudança. Não precisa de teoremas do além pra isso.

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    3. We could explain the Universe using a model having habit persistence, time varying risk aversion and intertemporal preference. http://www.youtube.com/watch?v=NFTaiWInZ44

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