quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Seguro de carro

Motoristas frequentemente param seus carros em estacionamentos pagos, seja por comodidade ou segurança. Mas a disponibilidade de seguro pode desincentivar essa decisão, dado que a pessoa sabe que receberá o dinheiro em caso de roubo, mesmo que tenha estacionado seu carro na rua. No fim isso faz com que mais pessoas deixem seus veículos na rua, elevando o número de roubos e pressionando os custos das seguradoras, que acabam sendo repassados em parte para o preço do seguro.

Recentemente, seguradoras passaram a oferecer descontos em estacionamentos credenciados -- em alguns casos substanciais, como 30% no caso da Porto Seguro. Isso vai ao cerne da questão, na medida em que provê incentivos na margem para as pessoas colocarem seus carros em estacionamentos. Ao que tudo indica, a redução de custos das seguradoras mais que compensa o custo dos descontos. Caso contrário elas já teriam abandonado a iniciativa.

Consumidores também ganham: os que já deixam seus carros em estacionamentos passam a pagar preços menores. Aqueles que passam a utilizar estacionamentos por conta do desconto também ganham (caso contrário não teriam exercido essa opção). E para os que deixam o carro na rua não muda nada. Na verdade podem até ganhar, caso a redução de custos das seguradoras seja repassada para preços.

7 comentários:

  1. Mas pra quem deixa na rua qual é o incentivo para começar a colocar no estacionamento? Se eu já pago o seguro-com-preço-de-deixar-na-rua, porque eu gastaria ainda mais dinheiro colocando no estacionamento, mesmo que com desconto? Ignorando os quesitos "comodidade e segurança". Por exemplo, se eu deixo o carro na frente de casa, de noite.

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    1. Carlos, não acho que o indivíduo "médio" seja indiferente entre: 1) deixar o carro na rua e encontrá-lo depois e 2) deixar o carro na rua, ter o carro roubado, recorrer ao seguro para ter o valor ressarcido. Se fosse assim esse esquema não funcionaria at all. As pessoas não são indiferentes pq o segundo evento, embora o valor do carro seja ressarcido, tem ainda assim um "custo de transação" significativo (como infelizmente já descobri).

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    2. esse custo de transação eu imaginei que estaria dentro do "comodidade e segurança".

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  2. Não estou pensando na situação em que vc deixa o carro em casa, mas sim quando sai e se defronta com a escolha deixar na rua vs no estacionamento.

    O que importa são os caras da margem. Vc provavelmente não está na margem, isto é, o desconto não é suficiente para mudar a escolha.

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  3. Quem é o cara da foto ?

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  4. Esse incentivo funciona sempre que a economia com o estacionamento proporcionada pelo desconto, digamos E, for maior que o (1) o desconto no seguro (D) e (2) os custos de ter o veículo roubado (R).

    O desconto só funciona então pra quem E > D+R. Esse é o pessoal "da margem" que foi falado (aliás, que jargão ruim esse).

    D+R devem ser em média uns R$ 500 (10% de um seguro de R$ 1.500 + umas 10h perdidas no valor de R$ 31 (R$ 5.000/160h + outros pequenos custos). Assumindo aí que seu carro não seria roubado maisde uma vez por ano.

    Se o custo do estacionamento por ano for P e o desconto no estacionamento for, por exemplo, de 30%, esse desconto só afetaria a decisão dos sujeitos que pagam P>500/0.3 por ano, o que dá R$ R$ 1.666. Isso aí é pouco mais de R$ 138/mês com estacionamento.

    Como estacionar por mais de um par de horas em SP custa R$ 20-R$ 40, esse pessoal "da margem" deve (ou deveria) ser um monte de gente.

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