quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A mensagem do Copom para o Daniel

O BC anunciou que a alta da Selic chega ao fim. Provavelmente nem passe de 10%. No comunicado, ele inseriu um comentário "nostálgico", lembrando que a Selic vem sendo elevada desde Abril. E tirou a parte que constava em todos os outros sobre a Selic sendo elevada para segurar a inflação.

Quem me ouviu e vendeu taxa recentemente, ganhou dinheiro.

Faz uns quatro meses, eu apostei em Selic a 9.75% no fim do ano. A aposta mostrou-se mais certa que errada, dado que tinha uma negada na ponta dos 11%. O Daniel, por exemplo, escreveu um comentário aqui, dizendo que eu trocava a mão, então ia apostar em juro a 11%.  Pois é. Parece que eu não erro sistematicamente. Se errasse, eu seria mais valioso.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Do you know what a tradable good is, Dilma?


President Dilma said gas prices can NOT vary with the dollar because brazilian workers earn in Reais, not in dollars. And she is, supposedly, an economist.

Dilma, there are tradable and non-tradable goods in this vast world we live. Tradable goods are those with smaller transport costs and hence can be sold / bought abroad. Their prices have to vary with the dollar. Why? Because if the price rises in dollars and it does not change in local currency, domestic consumption does not react to shifts in relative scarcity (and thus does not adjust downwards to the new reality), and domestic supply has no incentive to adjust quantities produced upwards, precisely when it should.

It generates inefficiency, Dilma.

I am so old now that I learned this: heterodox economists can NOT understand what inefficiency means. They can NOT understand welfare economics. That is why they think subsidies are always good. Their brains can process only quantities. Inefficiency is too hard for them to understand.

It is lamentable, to say the least.


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Aécio e a Petro

Eu entendo bem mais de política do que o Ricardo. Essa ideia do Aécio de reestatizar a Petrobras está baseada no teorema do eleitor mediano. Algum gênio do PSDB concluiu que o ótimo é ele ficar no meio, entre Dilma e Marina. Agora, sério, Ricardo, que droga é essa? Isso é tão burro quanto parece?



Pau em Minnesota

http://qz.com/150779/the-shakeup-at-the-minneapolis-fed-is-a-battle-for-the-soul-of-macroeconomics-again/

No link algumas fofocas. Mas dizem minhas fontes que não tem lhufas a ver com fresh/salt water. O problema é que o Kocherlakota está pedindo para o pessoal fazer o trabalhinho chato que é útil para as reuniões do FOMC (projetar o PIB do 3º tri, a inflação do tumate, etc.), que os demais presidentes têm disponível. O Fed de Minnesota paga parte do salário dos professores da Universidade (joint apointments).

Reajuste dos Planos


O STF pode quebrar o Brasil se aceitar os pedidos, que totalizam quase 200 bilhões em compensações.

E não faz sentido economico-jurídico nenhum. A mudança nas regras da poupança se deveram a quedas abruptas da inflação após os planos econômicos (naquela época era tudo remunerado pela inflação defasada), e não à malandragem. E ainda assim, os poupadores obtiveram ganhos reais expressivos.

Parem a marcha da insensatez!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

X is back

I was invited to come back to this blog. The authors offered me a good amount of cash in return (they have been losing audience since I left), but I refused.

Os esqueletos dos planos mirabolantes


Li na Veja que nesta semana e na próxima o STF estará julgando a constitucionalidade dos Planos Bresser, Verão, Collor I e Collor II. Se julgá-los inconstitucionais, criar-se-á um passivo de R$ 150 bilhões, a serem pagos pelos bancos, sendo R$ 50 bilhões pela Caixa. Isso porque esses planos definiram reajustes para a poupança menores do que a inflação da época, impondo enormes perdas aos poupadores. A questão constitucional é se os bancos deveriam ou não seguir as determinações do governo. Se não seguissem, estariam sujeitos a multa e suspensão das atividades.

sábado, 23 de novembro de 2013

Faixas de ônibus e Haddad, parte 2


Meu post sobre as Faixas de ônibus rendeu bastante discussão, com apenas um comentário idiota de um mal educado.

Eu acho que os comentaristas, em sua maioria defensores da faixa, apresentaram bons argumentos. Deixe-me clarificar meu ponto.

Trabalhando mais duro na recessão

Nos EUA, a produção caiu 7% na grande recessão, mas as horas trabalhadas caíram mais: 10%. Ou seja, a produtividade aumentou. Mas de que forma? Mandando embora trabalhadores menos eficientes ou com aumento de produtividade dos trabalhadores que seguiram empregados?

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Cuidado com a "base rate"

Novo teste para detectar a doença X.

Acadêmicos e policymakers

Recomendo a excelente entrevista de James Bullard, presidente do St. Louis Fed, à Society for Economic Dynamics. Tem a ver com um texto que postei aqui sobre o descompasso entre academia e bancos centrais, com relação ao uso de modelos cada vez mais complicados para entender efeitos macro de políticas econômicas.

Tapering em Dezembro

Como eu não disse, a minuta da ata do FOMC sugere que tapering está próximo.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Os custos da destruição de credibilidade

Contração fiscal tem um custo keynesiano, de demanda agregada. Impacta o PIB, por esse canal, de modo adverso. Mas, quando crível, ou seja, quando sinaliza maior sustentabilidade e, portanto, juro real futuro menor, risco menor e taxação esperada menor, ela pode ajudar o PIB. São os benefícios dinâmicos da coisa.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Dilma e o vendedor de coco


Feriadão. São Paulo meio vazia. Dia quente e bonito. Toca ir passear na praça com a família. Praça de bacana. Limpa, árvores grandes e frondosas, gramado bem cuidado, parquinho com brinquedos seguros e intactos, em tudo diferente das praças da periferia da cidade.

Fed's deflation


You may have thought, but were too embarrassed to articulate, that there is also a question of competence here. Let me help you: There is a robust and significant correlation between height and IQ.

Dewey vs Truman: maior viés de seleção da história

As pesquisas de opinião, antes das eleições de 1948, davam vitória certa, e por uma boa margem, ao republicano.

Abriram-se as urnas. Contaram-se os votos.

Truman sai vencedor !

O erro: as pesquisas foram feitas por ligações telefônicas. Quem tinha telefone em 1948? Os mais abastados, claro. E mais abastados correlacionava muito com ser republicano (low taxes!). Nessa amostra, claro, o Dewey era o preferido. Mas a amostra obviamente não era representativa.

domingo, 17 de novembro de 2013

Consumidores furiosos


Desastres naturais (como terremotos e tsunamis) geram crises de abastecimento por dois motivos: (i) os canais de distribuição ficam comprometidos, e (ii) as pessoas correm às lojas para comprar quantidades grandes de diversos itens, com o objetivo de acumular estoques.

Nessas situações, os preços deveriam disparar. Mas o recente artigo de Alberto Cavallo, Eduardo Cavallo e Roberto Rigobon mostra um quadro diferente, ao analisar dados de preços em grandes supermercados nos meses que sucederam aos terremotos do Chile (2010) e Japão (2011). De fato houve queda na disponibilidade de diversos produtos, porém os preços permaneceram surpreendentemente estáveis.

Uma possível interpretação é que o eventual aumento de preços geraria um custo reputacional para o vendedor. Em particular, consumidores poderiam entender que o lojista está se aproveitando de uma situação de dificuldade para elevar seus lucros. O risco de perder fregueses e prejudicar a imagem da empresa poderia explicar porque produtores não ajustam seus preços, mesmo em face a choques substanciais.

Além disso, nessas condições extremas, governos frequentemente intervêm para coibir aumentos "abusivos" (isso ocorreu durante a última semana nas Filipinas). Na ameaça de punição governamental, vendedores evitariam elevar seus preços. Note que, nesse caso, o governo pode muito bem estar reagindo ao sentimento dos consumidores de que aumentos seriam injustos, ao implementar políticas de combate a reajustes.

Entretanto, toda essa aversão a aumentos pode ser em vão, dado que não há garantia de que os consumidores deixarão de pagar preços mais elevados. Como, aos preços vigentes, a demanda é maior que a oferta, alguns indivíduos podem explorar oportunidades de arbitragem, comprando itens nas lojas e supermercados para vender no mercado negro. Isso geraria escassez no mercado oficial, forçando consumidores a pagar ágio se quiserem adquirir o bem.

Note que os custos de mudar preços para esse pessoal do mercado negro são bem menores do que para vendedores "oficiais". Primeiro, eles não ligam muito para reputação, pois em geral estão se aproveitando de uma situação temporária para lucrar. Além disso, é muito mais difícil para o governo identificar e punir tais indivíduos.

Essa situação é análoga à de finais de campeonatos de futebol, em que a demanda por ingressos aumenta consideravelmente. Ao manter os preços baixos, o clube não desagrada seus torcedores, mas acaba tornando lucrativa a ação de cambistas. Esses indivíduos vendem ao preço que iguala oferta e demanda, e embolsam um excedente que deveria ir para o clube. Volto a esse ponto no futuro.

PS: Os dados da pesquisa aqui citada são resultado do Billion Prices Project, tocado por Roberto Rigobon e Alberto Cavallo, do MIT. Trata-se de um esforço para coletar informações desagregadas de preços em vários países do mundo, por meio de buscas nos websites de grandes empresas varejistas. Mais detalhes aqui.

sábado, 16 de novembro de 2013

Cesg vs. Paul Krugman

O Paul tem escrito consistentemente sobre Europa.

O argumento dele é assim: até 2007, a inflação na Europa ex-GER era bem mais alta do que a inflação na GER. Isso conferiu grandes vantagens comparativas à GER, pois o cambio real depreciado tornou o bem alemão mais barato. E aí o Paul reclama que agora a GER não quer o papel oposto, não quer aceitar inflação doméstica mais alta pra ajudar, via apreciação do seu câmbio real, os outros países, como a Espanha.

O Paul está certo, como sempre. Mas acho que ele está omitindo parte importante da história, a parte que diz que ganho de câmbio real efetivo tbm decorre de diferenciais de produtividade. A Alemanha modernizou seu mercado de trabalho na virada do século, Paul; os outros países não. Você deveria citar isso também, Paul, junto com a tese keynesiana.

Veja, Paul, acho que você está certo de enfrentar os neobobos bitolados, mas cuidado pra não terminar como um bobokeynesiano você mesmo.

Abraços pra vc, Paul

agora que dei conta que deveria ter escrito em inglês, para o Paul ler...

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tapering só no fim de 2014

1)  QE (asset purchase) é irrelevante por si próprio (aquela história de imperfect substitutes está furada para treasuries, ainda que funcione para MBS);

2)  QE tampouco tem custos palpáveis, tanto faz um bi a mais ou a menos no balanço, (pelo menos ninguém conseguiu mostrar que faz diferença, incluindo o Jeremy Stein);

3) Tapering implicaria em sinal de que a subida de juros está próxima, o que leva a aumento de juros, o qual é indesejável (FOMC de setembro relevou isso);

4)   Antoninho é um babaca;

5)  O ideal seria separar tapering de forward guidance, através da redução do threshold de desemprego;

6) Mudança desse threshold de 6.5% para 6% empurraria a ocorrência do hiking em uns onze meses (algumas hipóteses de participation rate, payroll, etc). Com isso, a subida de juros só poderia ocorrer em meados de 2016;

7)  Mas se a economia começar a crescer 3.5% no fim ano que vem, quando o drag fiscal parar de atrapalhar, vai ser horrível estar comprometido a não subir os juros por dois anos. O Fed pode sempre descumprir o que prometeu, mas sempre é constrangedor;

8)   Incluir esse constrangimento no cenário básico não faz sentido, e nem é crível, o que contraria a própria lógica do forward guidance;

9)   Sendo assim, juntando todos os pontos anteriores, e lembrando que o Antoninho é um babaca, faz mais sentido não fazer tapering nenhum. Deixa os juros baixos estimularem a economia, continua aumentando o tamanho do balanço, e só faz tapering quando a economia estiver crescendo bastante e de forma sustentável (fim de 2014).

Eleição direta e democracia


O deputado estadual Rui Falcão foi reeleito presidente do PT nesta semana. Falcão conseguiu cerca de 70% dos votos de filiados petistas aptos a votar no que o PT chama de PED (Processo de Eleições Direta). O PED foi adotado em 2001. Antes disso, o presidente do PT era escolhido indiretamente por delegados eleitos nos diretórios municipais e estaduais do partido, método menos democrático do que o atual, certo? Errado.

Segundo Pedro Floriano Ribeiro, cientista político e professor da Federal de São Carlos, autor de excelente livro sobre o PT (Dos Sindicatos ao governo. A Organização Nacional do PT de 1980 a 2005), o PED reduziu drasticamente a capacidade da militância petista de interferir no comando do partido e esvaziou uma instância de discussão e deliberação até então muito importante para a legenda, os chamados Encontros.

Diz Pedro Floriano: "O PED representou a consolidação da estratégia de esvaziamento dos Encontros, levada a cabo já nos anos 1990. Potencializar a ascendência dos líderes mais populares sobre a massa de filiados era um dos objetivos embutidos por trás do PED. Tratava-se de, definitivamente, isolar a esquerda e consolidar a hegemonia interna. Outro objetivo, mais importante, era conceder maior autonomia à direção, extinguindo os principais contrapesos internos ao poder dos líderes. Destituídos das atribuições eleitorais, de efetividade na construção de resoluções e diretrizes, e de poder real numa estrutura dominada pelas Executivas, os Encontros se tornaram figuras decorativas no PT. Sem eles, os dirigentes ganharam em liberdade de ação, enquanto a base perdeu seus principais canais de pressão e accountability interno. Com o PED, o arcabouço institucional petista se tornou plebiscitário e pouco representativo, ou seja: menos democrático." (Ribeiro: 281)

Não foi mero acaso o PED ter sido sido adotado em 2001, um ano antes da eleição de Lula para a Presidência da República. Uma das qualidades do livro de Pedro Floriano é mostrar como a organização interna petista foi se alterando à medida em que o partido se acercou ao poder e sempre no sentido de reforçar a centralização, minar a força dos grupos mais à esquerda e fortalecer a hegemonia da facção dominante: a antiga Articulação e a atual Construindo um Novo Brasil. A tendência reúne os principais caciques petistas, Lula, José Dirceu, Palocci etc. Neste ano, a Construindo obteve seu melhor resultado no PED. Sinal de que a tendência à crescente oligarquização do partido continua vigente.

Pois é, nem sempre eleição direta é a melhor maneira de garantir à base efetiva capacidade de influenciar as instâncias decisórias. Vale para o PT e vale para USP, onde está quente o debate a respeito da eleição direta de seu reitor.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A massa, excluindo o Antoninho, é sábia


Tivemos 67 respostas para o post "testando a sabedoria das massas".

Havia no gráfico 2.743 pontos.

A distribuição das respostas foi:




A média dessa distribuição é 9.477, muito longe do valor correto. A princípio, então, seríamos levados a concluir que a massa (pelo menos deste blog) não é sabia.

No entanto, a figura acima mostra que teve gente que passou muito longe. O pior de todos foi o Antoninho, que viu 100 mil pontinhos. O Antoninho deve ter olho de mosquito (veja aqui). 

Para excluir o efeito do Mosquito de Botucatu decidi calcular a mediana.  Quanto deu? 2.500.

Não tão perto quanto o cara do vídeo, mas fiquei satisfeito.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Averaging out 2: testando "a sabedoria das massas"

Será que o cara do vídeo do Dudu, no post logo abaixo (link aqui), não mentiu? Vamos testar?

Quantos pontos há no gráfico abaixo?

(i) Responda sem olhar a resposta dos outros!

(ii) Não gaste mais do que 10 segundos olhando o gráfico!




Averaging out



O vídeo é parte de um documentário da BBC apresentado por Marcus Du Satoy, Professor de matemática da Universidade de Oxford, sobre os números e padrões matemáticos por trás de uma série de fenômenos da natureza.

Nesse episódio,  ele mostra como em um grupo de mais de 160 pessoas, ninguém advinha corretamente o número de jujubas em um jarro de vidro -- existem 4.510 jujubas. No entanto, o valor médio dos palpites de todas as 160 pessoas, 4.514,89 (!) é surpreendentemente próximo do número de jujubas no jarro. 

Cientistas políticos e economistas X, Y, Z ...


Para começar, uma quase promessa. Após resolver algumas pendências acadêmicas e pessoais, pretendo participar mais regularmente deste blog.

Volto com um texto excepcionalmente longo retomando a discussão suscitada por meu último post (ver aqui), no qual utilizei citação retirada de Why Parties de John Aldrich para pegar carona tardia na onda de críticas ao sistema político americano.

O que Edgeworth disse para Pareto?


Resposta (um pouco antiga) aqui.


domingo, 10 de novembro de 2013

O trânsito no Brasil: Conclusão


No último post, mostrei que, de modo geral, há inúmeras razões para considerar os radares eletrônicos ineficazes. Neste post vou concluir discutindo três pontos:

a. Quando os radares eletrônicos são eficazes;
b. Quais os problemas que os radares eletrônicos geram, mesmo se os consideramos eficazes;
c. Sugestões de política para reduzir as mortes por acidente de trânsito.

Punição coletiva: futebol e microcrédito

Confusões em estádios de futebol têm ocasionado punições pesadas para clubes, como perdas de mandos de campo, jogos com portões fechados e até perda de pontos nas competições que disputam. À primeira vista isso não parece fazer muito sentido. Seria mais justo punir os indivíduos responsáveis pela confusão. Por que prejudicar milhares de torcedores de um time pela irresponsabilidade de meia dúzia de vândalos?

sábado, 9 de novembro de 2013

Ataque ao BNDES

Aquele moço de barbinha cortadinha, o Coutinho, disse que o BNDES está sob ataque. Que nem a política fiscal. O ataque viria de grupos conservadores. Acho que ele está falando do meu tio, o Economista X. Meu titio disse que o BNDES é ruim, gera misallocation de capital e aumenta a desigualdade de renda, porque tira dos pobres e dá pros empresários. Isso não está correto: taxar os pobres e emprestar abaixo da Selic para os empresários ricos. Aquele moço, o Coutinho, disse que o BNDES é bom pro país, mas claro que não pode ser. Ou ele não estudou economia direito, ou ele é malvado mesmo.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Qual o melhor lugar para ser mulher?

     
O mapa acima (fonte aqui) dá uma visão da desigualdade entre homens e mulheres no mundo. Os países estão classificados com base em indicadores de desigualdade nas área de saúde, educação, economia e política computados em relatório do Fórum Econômico Mundial. Os países verdes são os com mais igualdade. Os laranjas com mais desigualdade.

Compre uma esposa por US$6.000!

Fonte: http://twicsy.com/i/bMESuc

Provavelmente BS.

Explica essa aí com teoria econômica


Homem processa esposa por enganá-lo com cirurgia plástica.

Mulheres no mercado de trabalho


Meu tio, o X, disse que as mulheres devem ser prestigiadas. Esse Sérgio disse que eu tenho "poor grasp" de economia. Bom, eu ia ficar no meu cantinho quieta, mas esse machismo dele me irritou.

Pois bem, antigamente a divisão do trabalho era assim: homens para tarefas que exigiam mais força física, mulheres para tarefas mais delicadas. Mas hoje não tem mais tanto essa de força física ser uma característica relevante para determinar vantagens comparativas. Por isso estou aqui. Posso ler o Mas-Collel que nem os homens, posso digitar também esse post. Como o tal do Sérgio.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Temperatura, crescimento e o experimento do meu colega


Qual é o impacto do clima no desenvolvimento econômico? Alguns acadêmicos de ponta têm trazido novas evidências sobre questão. Veja, por exemplo, esse paper da Melissa Dell e co-autores que saiu no American Economic Journal: Macroeconomics.

Um colega meu, professor universitário, fez, sem querer, um belo experimento sobre o assunto. Ele dá o mesmo curso para duas turmas distintas. Cada turma tem um pouco mais do que 50 alunos. No dia da prova, ele colocou cada turma em uma sala diferente, na mesma hora, e aplicou a mesma prova para todos. Acontece que o ar-condicionado da sala da turma 1 estava quebrado e, de acordo com ele, ficou um calor dos diabos durante a prova. Já, na sala da turma 2, o ar estava "no ponto".

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Acenda a luz quando for ao banheiro


Ser economista nos leva, às vezes, a linhas de pensamento meio esdrúxulas. Esta me ocorreu frequentando toaletes corporativos.

Alguns desses toaletes (como o dos professores da FEA, por exemplo) recebem boa iluminação natural. É normal, portanto, que muitos usuários não acendam a luz quando o utilizam. No entanto, sempre que entro em um banheiro desses, se a luz está apagada não espero encontrar ninguém lá dentro e me surpreendo quando encontro alguém.

Speculative attack on Fiscal Policy?


Man, that is something new.

This Asno guy, from the Brazilian government, is a highly creative naughty boy.

Speculative attack on fiscal policy?? What the fuck does it mean? Oh, man...I took my PhD in the mid-90s and back then I studied with gusto the literature on speculative currency attacks (I was Krugman´s fan when I was young, I candidly confess).

Policy Propensity Score (difficile)

Li ontem o paper NBER19414, do Jorda e Taylor sobre impacto de consolidação fiscal na atividade.

É um debate quente. Ajuste fiscal ajuda ou atrapalha na atividade? Até alguns anos atrás, a evidência que tínhamos era de que corte de G auxiliava na atividade. Essa evidência foi contestada recentemente por um artigo do FMI, usando a técnica de "narrativa" para identificar mudanças exógenas da política fiscal (a medida da narrativa é a variável instrumental para a variável fiscal). Com esse método descobrimos que contrações fiscais são contracionistas se o estado inicial da economia for fraco.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O juro japonês caiu



Diziam que o juro real no Japão não cairia com a proposta do Abe de dobrar a base monetária por lá. A ideia por trás dessa tese era que esse movimento geraria aumento de expectativa de inflação e uma reação de mercado, que elevaria o juro nominal mais ainda antecipando uma reação anti-inflacionária do Banco Central do Japão (BoJ). Sempre achei essa tesa esquisita. Ué, com o BoJ querendo gerar inflação positiva por que os mercados de títulos antecipariam que ele, BoJ, iria voltar atrás no futuro e aumentar o juro nominal? Ok, promessas sobre política monetária frouxa nem sempre são críveis, mas nesse caso o banco central estava socando o pau na base ao mesmo tempo que fazia a promessa...Bom, o resultado está aí: os juros reais caíram sim. Obviamente, precisa vir reforma estrutural, mas conseguir elevar a expectativa de inflação e derrubar o juro real foi um passo importante.

sábado, 2 de novembro de 2013

Galvão Bueno e a Crítica de Lucas


No último post mencionei a crítica de Lucas. Lembrei-me de outro post (veja abaixo) que escrevi há algum tempo sobre o assunto, em um blog que não existe mais. A partida em questão é Argentina 1x3 Brasil, pelas eliminatórias para a Copa de 2010, em 5/9/2009.

Galvão Bueno e a Crítica de Lucas

No fim da década de 70, Robert Lucas (prêmio Nobel de 1995) lançou um argumento - a chamada "Crítica de Lucas" - que colocou em dúvida as predições dos modelos macroeconômicos de então. Tais modelos supunham que os agentes econômicos agiam "olhando para trás", ou seja, utilizavam somente informações passadas para pautar suas ações. Nesse sentido, qualquer notícia nova (tal como um anúncio do governo) não influenciaria em nada o seu comportamento.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Short Euro

Não, não é porque o Dragui vai baixar 0.25 na quinta semana que vem. É o triângulo da Elliot wave (wedge diamond):


IPVA


Em janeiro, teremos que pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA. Bem, pelo menos quem tem carro terá que pagar.

Em São Paulo, o pagamento funciona assim: quem pagar à vista em janeiro tem 3% de desconto. Pode-se pagar sem desconto em fevereiro. Se preferir parcelar em três vezes, a primeira parcela é em janeiro, a segunda, em fevereiro e a terceira, em março.

- 10 bilhões


Pois é, esse foi o resultado fiscal primário (sim, você não leu errado, primário, ou seja, sem contar juros) do governo em setembro. no acumulado do ano, o superávit é de 1,5% do PIB, e o governo ainda promete 2,3% para o ano todo! Mas no último trimestre sempre tem mais despesa, então a média piora...será que o governo acha que somos idiotas, ou o Mantega não sabe fazer essa conta mesmo?