Meu post sobre as Faixas de ônibus rendeu bastante discussão, com apenas um comentário idiota de um mal educado.
Eu acho que os comentaristas, em sua maioria defensores da faixa, apresentaram bons argumentos. Deixe-me clarificar meu ponto.
Sou a favor de mais transporte público. Não por argumentos politicamente corretos, populistas. Mas porque transporte privado gera muita externalidade negativa: transito e poluição. Defendi várias vezes o pedágio urbano, como o londrino, por exemplo. Isso está lá no meu best-seller "Economia sem truques", da Campus. E defendo muito a extensão da malha de metro. Minha crítica é que o Haddad saiu metendo faixa sem nenhum tipo de estudo, sem fazer conta, sem analisar particularidades de cada local. Caros defensores do transporte público, não sejam radicais bobinhos. Muito provavelmente a otimalidade da Faixa Exclusiva varia de local para local. Na Corifeu, eu aposto o que quiserem que ela piora a vida da maioria das pessoas, e muito. Piorou muito também a vida de pessoas de classe mais baixa que vivem na região.
Aliás, acho que precisamos ajudar sim os mais carentes, mas essa é outra discussão, tem pouco a ver com externalidades do trânsito. Sou a favor de taxarmos mais os mais ricos para dar dinheiro para os mais pobres, mas insisto: NÃO misturem essa discussão com a do trânsito, com argumentos do tipo "foi socialmente justo".
O que eu quero é que o Haddad deixe de ser populista e faça estudos decentes sobre onde é melhor o quê. Por que o Haddad não quer o pedágio urbano? Porque não é popular. Por que o Haddad não investe junto com o Estado em metro? Porque só fica pronto daqui a muito tempo. Por que o Haddad socou pau nas Faixas? Porque é mais fácil de fazer.
O Haddad quase conseguiu meter um calote gigantesco da dívida de SP para com o Brasil. Ainda bem que a coisa de mexer no indexador de dívida passada caiu por terra. Seria o golpe final sobre a LRF, uma das maiores conquistas do Brasil nas últimas décadas. O Haddad é daqueles populistas que prometeram muito na campanha e depois viu que não pode cumprir porque não tem caixa. Aí tentou ferrar os brasileiros com essa história da indexação da dívida.
O Haddad, por fim, foi o cara que travou os avanços na educação no Brasil, que chefiou o fiasco no ENEM por não saber fazer estática comparativa. Não percebeu que com o aumento da importância da prova, seria preciso mudar o protocolo de segurança. Deu no que deu. Ele é muito fraco.
Não acredito que não haja nenhum tipo de estudo pela sptrans, cet, ou secretaria de transportes. Já há faixas e corredores em sp há muito tempo, eles devem ter feito estudos de impacto.
ResponderExcluirAqui na Indianópolis, por exemplo, o trânsito ficou mais organizado e não me lembro de ter pego um dia sequer caotico, como acontecia antigamente.
Meu Deus! Você não pode estar falando sério...o trânsito nessa região parou. Não queira tapar o sol com a peneira; a medida foi populista e apressada.
Excluirvem aqui na Corifeu um dia em que voce puder ficar parado horas pra vc ver o que a falta de estudo acarreta
ResponderExcluirAté vejo boas intenções no Haddad, mas o problema, como acontece com os melhores profissionais que habitam o PT, é o próprio partido.
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ResponderExcluirNa parte do ENEM eu concordo, mas sobre o estudo das faixas ...
ExcluirUm estudo simples. Onde tem canteiro central largo no meio?
Metodologia. Pegue as ruas e avenidas onde se pretende fazer faixa e pergunte para os técnicos da região. Eles sabem. Pintar uma faixa à direita onde cabe uma faixa à esquerda é arrumar problemas sem necessidade. E o estudo para não fazer isso é bem simples.
E mesmo que vc resolva usar um método menos analítico, não deixe de ouvir os seus técnicos. Ele deixou de ouvir até a bancada do PT.
Fala,
ResponderExcluirDiscordo. Estou sendo até lite.
Nada de conversa teórica, eu quero analise de dados, simples. É fácil de fazer com os dados, não dura uma semana. Meus amigos de micro aplicada fazem em dois dias.
Sobre o indexador, eu fui explicito: DIVIDA PASSADA
Sobre o Enem, nao tem desculpa nao. Claro que é complexo, e sim pode dar cagada mesmo. Meu ponto é outro: ele nao fez o que deveria, que é fazer derivada parcial: aumentou o "valor da prova" porque passou a contar pra vestibular, ato continuo precisaria ter mudado o protocolo de segurança. Até um protozoário sabe disso. Bom, talvez o protozoário não, mas um ministro deveria.
Abs
Carlos,
ResponderExcluirExcelente discussão. Só acho que você se precipita, e por isso toma porrada, quando diz que não há estudos. Você pode estar certo se seu ponto for o de que não há um estudo censitário. Mas convenhamos, não é assim que se procede. O negócio é feito em bases amostrais. E acredito que isso deve ter sido feito em algum momento. Não menospreze o grande número de engenheiros de tráfego dentro desses orgãos de trânsito. E também não ignore o fato de que esse negócio de corredor já foi adotado, e provavelmente testado, em dezenas de outros lugares do mundo.
Por outro lado, não superestime a capacidade do poder publico de tomar decisões com base em critérios de otimalidade. Acredito que hajam otimos tecnicos sobre o assunto no departamento da prefeitura, mas a questão que se coloca dada a pressa com que a instalação das faixas tem sido feita é a de que até que ponto os possíveis estudos estão sendo levados em conta ou não. Eu suspeito que depois de terem atingido um certo nível de aprovação popular de tal política, deixaram de se guiar por critérios técnicos... Acho que a crítica do Dudu tem alguma relação com isso.
ExcluirPode ser. Mas isso é um chute tremendo. As pessoas precisam lembrar que esse sistema de faixas exclusivas já vem sendo adotado e estudado faz mais de vinte anos!!! Tem uma literatura na área de engenharia de tráfego grande sobre isso. Fica parecendo que só economista é que sabe das coisas.
Excluirhttp://www.nctr.usf.edu/wp-content/uploads/2012/12/15.4_Zhu.pdf
Eu não acho que seja "um chute tremendo". Policy no Brasil, em geral, não segue apenas critérios técnicos, especialmente nos governos PT (vide políticas fiscal e monetaria recentes). Como foi dito, o problema parece estar nos critérios para a tomada de decisão da prefeitura, que são obscuros. Alias, o debate sobre escolha pública no Brasil é sempre assim, então ta td ok...
Excluir"Policy no Brasil, em geral, não segue apenas critérios técnicos, especialmente nos governos PT"
ExcluirOk mas e a experiência no resto do mundo com essas faixas exclusivas; não conta?
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ResponderExcluirO Enem todo ano dá merda, Celoto, além de ter formulação ruim: interpretações questionáveis e questões superficiais demais...
ExcluirO pior é o governo atrelar infinitas universidades à esse SAT tupiniquim e ficar se vangloriando, "esse ano o número de inscritos no Enem aumentou tantos minlhões", como se tivesse outra possibilidade....
Pronto, mais um expert em ENEM. Aposto que nunca leu as provas
ExcluirSe engana. Inclusive realizei a prova deste ano.
ExcluirExpert deve ser você que escreveu receita de miojo na redação e ficou bem colocado.
Nem vou adicionar a seu ponto, mas aproveitar o espaço para um desabafo. A Vila Mariana ficou simplesmente um inferno. A parte de baixo do bairro (cons. Rodrigues Alves, Tangará, França Pinto, Joaquim Távora, etc) tem poucas saídas, e todas levam à 23 de Maio (diretamente ou via Pedro Alvares Cabral) ou à Ibirapuera. Em todas elas foram instaladas faixas (me parece bem evidente que sem estudo prévio), algumas delas com menos de 200 m.!!! de extensão. Sair do bairro ficou praticamente impossível a qualquer hora do dia e impossível pela manhã (e só não ficou ainda pior porque às vezes alguns fiscais da CET ficam junto às faixas mandando os carros trafegarem por elas). Surreal. A piora pós faixa é absurda. Em paralelo, o bairro ganhou o maior reajuste de IPTU da cidade. E, pra concluir, coincidentemente foi um dos bairros em que o Sr. FH sofreu das mais fragorosas derrotas na eleição.
ResponderExcluirA faixa de ônibus na conselheiro rodrigues Alves pode ter piorado sua vida, mas melhorou em MUITO a minha. Costumava perder 20 a 30 minutos apenas na rodrigues alves dentro do onibus, pois a quantidade de carros na faixa da direita era ridícula. Agora com a faixa exclusiva, passo por lá em 5 minutos, quer dizer, eu e mais 30 e tantas pessoas comigo no onibus.
ExcluirMe referi às saídas da Vila Mariana "para baixo"- em direção a bairros como Ibirapuera, Itaim e à Sto Amaro e à Marginal Pinheiros, e não "para cima", em direção à Paulista. A faixa exclusiva na Conselheiro faz mesmo todo sentido. O que não faz sentido são os trechos minúsculos na Pedro Alvares Cabral, em frente ao MAC e em frente à Assembleia, e na Ibirapuera, logo após o Cebolinha e antes do HSPE. São trechos de menos de 200 m., que travam completamente o trânsito, inclusive e obviamente para os ônibus, que ficam parados próximos a eles. São tão injustificáveis que têm, quase diariamente, fiscais da CET autorizando o tráfego. Apesar do seu discurso com tendência claramente petralha, não sou contra as faixas de ônibus. Mas sou contra a forma que o Haddad faz praticamente tudo.
ExcluirClasse Média Sofre....
ExcluirAqui do lado de casa (Lins de Vasconcelos) fizeram uma faixa de ônibus na saída do terminal Vila Mariana que começa no meio de uma quadra e termina no meio da quadra seguinte, deve ter uns 150 metros por cima. E pra piorar nessa segunda quadra quase todos desejam ficar na faixa de ônibus (direita), já que a esquerda é reservada para conversões. Sem contar que na quadra seguinte (a terceira) a Lins passa a ter apenas uma faixa. Essa singela mudança me faz demorar mais 10, 15 minutos para chegar em casa todos os dias, porque deixa a Domingos no sentido centro toda parada várias quadras antes da conversão pra Lins. Não há racionalidade possível por trás essa mudança.
ExcluirA ausência do Economista X e do Antoninho de Botucatu, com os seus bons posts dos antigos tempos, está trazendo algo terrível ao blog.
ResponderExcluirPetralhas
A criação de faixas de ônibus sem nenhuma contrapartida à malha viária disponível aos carros, que possuem uma frota que cresce rapidamente, piora o trânsito dos automóveis e, consequentemente, o trânsito da cidade. Não pode, assim, haver uma consequência adversa à implementação dos corredores de ônibus? A piora do trânsito nas avenidas em que há corredores não pode afetar outros pontos, em que não há, afetando negativamente o transporte coletivo? O que acham?
ResponderExcluirSim, os corredores pioram o trânsito dos automóveis. Mas não é esse o objetivo?
ExcluirNão tem estudo algum, nem para faixa, nem para os radares, meu ponto principal nos posts que escrevi sobre isso. É tudo na base do chute, será que dá certo?
ResponderExcluirFinalmente o Dudu e o Economista X entenderam que é preciso estudar o trânsito usando o instrumental econômico, não o que esses engenheiros usam. Claramente não funciona o que tem sido feito.
E o Haddad deturpou a função do ENEM.
Caro cesg, gostei do post, parabéns! Mas na verdade, escrevo pois estou sentindo muita falta das contribuições do meu primo X. Alguém ai tem noticias dele?
ResponderExcluirZ
O X está peregrinando na região de Machu Picchu. Dizem que vai voltar só em 2014.
ExcluirMachu Picchu é muito heteredoxo para o X. What you have done?
ExcluirZ
Do mesmo jeito que faltou ao prefeito estudos técnicos a respeito da faixa na Corifeu, faltou ao autor críticas técnicas. Vi muito mais uma raivinha pessoal ao estilo José Serra, o que como sabemos, nada contribui ao debate. Quando entro em um site de acadêmicos respeitáveis espero algo mais sério do que o estilo Reinaldo Azevedo/Rodrigo Constantino, infelizmente ele deixa a desejar às vezes...tentei fazer uma crítica construtiva, tenho certeza que vão me entender né?
ResponderExcluirConcordo. De professores da usp se espera mais do que um panfletinho acusatório com pouca argumentação e nenhum dado. Fica feio atacar quem quer que seja desse jeito.
ExcluirFeio é ser atacado na carne por asnos governistas como esse sr prefeito
Excluirtenho mais raiva do Serra do que do Haddad, se isso te consola.
Excluirpetralhas, a argumentação está toda lá, meus queridos
E este rendeu também! Será que o FH leu?
ResponderExcluirProfessor,
ResponderExcluirEntendo sua crítica quando diz que alguns trechos o net foi negativo. E concordo. Mas será que otimizar por trecho não tenha um agregado pior pro sistema? Ou seja, não pode ser que em um sistema ótimo de corredores de ônibus, alguns trechos precisem não ser o ótimo? Não sei, o sistema é todo interligado...Não me parece óbvio que a otimização trecho a trecho seja a que dê melhor resultado total.
Ps: claro que não estou comparando o trecho a trecho com a solução-haddad. A pergunta é se no ótimo não podemos ter trechos subótimos.
valeu!
bom ponto.
Excluiracho que vc está correto, deve ter efeitos de equilibrio geral importantes
juntando todas as suas respostas que tiveram um "bom ponto" já não é hora de você mudar de opinião?
Excluira
minha opinião é de que o Haddad não fez conta de onde vale a pena colocar Faixa. Essa opinião é obviamente imutável.
ExcluirDentre os vários mitos que se criaram com respeito a São Paulo está o de que o trânsito na cidade é caótico. Quem diz isto nunca dirigiu na Itália......Na verdade, ele é até bem organizado. Ele é, isto sim, moroso. Há os que atribuem esta morosidade ao fato que há veículos demais para malha viária de menos. Outros acham que há malha viária de menos para veículos demais. Parece a mesma coisa, mas só aparentemente. Os que acreditam na primeira frase são exatamente aqueles que propõem restrições compulsórias à circulação de veículos, tais como rodízios, proibição de circulação em determinadas áreas e pedágio urbano. Dito de outro modo, defendem restrições do lado da demanda. Os que acreditam na segunda frase propõem restrições voluntárias à circulação de veículos e, por isso mesmo, defendem a ampliação da malha metroviária e, principalmente da malha viária. Esta última, para acomodar a implantação de corredores de ônibus e ampliar o espaço de circulação do transporte individual. É bom não confundir corredor com faixa exclusiva. Enquanto o primeiro é usualmente localizada no lado esquerdo das vias e é precedida por estudos viários detalhados, que incluem, inclusive, pelo menos a manutenção dos espaços destinados aos automóveis, a segunda localiza-se no lado direito das vias, nem sempre precedidas de estudos acurados e simplesmente segregando uma parte do leito carroçável antes destinado também à circulação dos demais veículos. E é aí que reside o problema. A ampliação do espaço destinado aos ônibus se dá à custa da diminuição dos espaços destinados aos automóveis. Dado que o transporte público não é substituto perfeito ao transporte individual a diminuição da oferta de malha viária para estes últimos dá no que está dando: aumento dos congestionamentos. E isto não vai mudar ou vai mudar muito pouco, dado a qualidade do transporte público na cidade. Resumindo, a solução duradoura para a morosidade do trânsito na capital paulista tem necessariamente que levar em conta, simultaneamente, os transportes individual e público, por ônibus e metro. Privilegiar apenas o transporte público em detrimento do individual, o que significa não ampliar a malha viária, não vai resolver o problema. Ao contrário, só vai piorá-lo.
ResponderExcluirtl;dr
ExcluirFaz o que o Maluf queria então, poe uma highway em cima da marginal. /ironia
ExcluirA única solução ótima de Pareto é a eliminação de motoqueiros. Os motoqueiros melhoram porque a probabilidade de morrer despenca, a curva de utilidade se extende, e o restante da sociedade melhora porque não tem motoqueiros nas ruas atrasando a vida.
ResponderExcluirSobre os 3 pontos discutidos
ResponderExcluir1) Haddad sempre jogou para a plateia. A inclusão de faixas de ônibus, mesmo sem estudos, pode ser razoável pela questão da sinalização ao uso de transp público. Mas nunca quis o pedagio urbano, até maltratou a Soninha em 2012 pq ela lançou a ideia; isentou a cobrança da inspeção veicular, fazendo com q a minha diarista pague a inspeção do meu carro via orçamento; aumentou o IPTU mas eu que moro a 50m da Paulista sou isento, bizarro. Ou seja, só fez notícia para ex-alunos da Leda aplaudirem de joelhos no facebook.
2) Sobre a renegociação da dívida. Acho que o ponto do Dudu não é o correto. Hj SP praticamente não amortiza a dívida, só paga juros. Em grande parte por culpa do Haddad e da Marta que não pagaram os 20% que a LRF pedia, e por conta disso o indexador aumentou para 9% a.a.+ IGPM. Isto já tinha que ser mudado, e só não fizeram antes pq o Kassab era da ~oposição~ à quadrilha vermelha. O ponto a discutir é se a mudança do indexador deve retroagir a 1998 ou não. Se sim, aí beneficia a cidade mas pode prejudicar a LRF, eu acho que não se deve.
3) Haddad é fraquinho mesmo. A despeito da criação do Ideb sua gestão foi aquém do q poderia. Mas ele já era, não tem pq bater nele. Prefeitura não tem $ muito menos máquina publicitaria, não tem como ele retomar popularidade, esquece.
Você aposta que piorou ou você fez um estudo pra provar que piorou?
ResponderExcluirEm relação ao pedágio urbano, ele funciona em Londres porque em Londres quase não há espaço nas ruas. A cidade se expandiu ainda no século XIX, quando não havia carros, mas já havia metrô! Hoje a malha de transporte públicos (trens, ônibus, metrôs e bicicletas) é vasta o suficiente para que a medida do pedágio urbano seja adotada com sucesso. Por dois motivos: 1- há muitas outras opções; 2- poucas pessoas usavam o carro de fato. Daí a viabilidade política do projeto. Em São Paulo, não há meios para implementar a medida. Seria apenas mais um imposto sobre a população.
ResponderExcluirBoa Noite sou taxista , há 20 anos na capital paulista. Os estudos sobre a mobilidade urbana , estão sendo entendidos da forma mais não eficiente possivel. Já transportei um alto executivo ligado a Prefeitura , que a idéia das faixas de onibus vem de um determinado funcionário de alto escalão que se esconde na tremenda ignorancia que possue, como qualquer indicado por cabide politico, concordo plenamente como um de nossos comentaristas , que as faixas devem existir , mas com um estudo referenciado e demonstrado O que na prática não existe. As avaliações são feitas com metodologias inadequadas e forjadas para que deêm determinados resultados. Tenho amigos no Depto de Transito de São Paulo, que me relatam os absurdos que fizeram até contratando atores para filmagem na região da Berrini , obrigando os agentes a segurarem o transito dos automoveis para filmarem os passageiros dos onibus maravilhados com a rapidez de chegarem aos seus destinos. Será que isso é uma inverdade? Investiguem issso. Sou um profissional do transporte. Sou fiscalizado tão rigorosamente pelo Depto de Transporte público e renovo anualmente a minha liçença com todos os rigores imagináveis. Sei que o transporte individual de passageiros como o táxi é tão importante como o coletivo que ér o onibus. Mas. quando tivermos que transportar uma pessoa que vai viajar seja de rodoviária , aeroporto que tem que ir a uma audiencia pública., que tem uma reunião importantíssima, talvez seja fácil o mesmo ir de onibus. Ou então que o mesmo saia como umas 3 horas de antecedencia para conseguir, talvez, chegar ao seu destino. Ou será que os mesmos que defendem tão radicalmente o uso somente pelo onibus em horários integrais, tem privilégios para circular nestas vias sem levar multa? Vocês acreditam que os idealizadores e tão intelgentes que se acham , vão de onibus ao seu trabalho.? Não estou defendendo sómente pelo fato de ser profissional do transporte, sou também da área da saúde , e da emergencia, como todo Brasileiro, faço a minha parte com comprometimento e amor pelas pessoas, senão não persistiria. Peço muito bom senso por parte daqueles que deveriam ter o bom senso acima de tudo.
ResponderExcluirParte I
ResponderExcluirNão concordo com a afirmação de que houve uma priorização do transporte individual. O que aconteceu é que a mobilidade urbana foi ignorada de toda maneira.
Ocorreu, no governo Serra/Kassab, uma aposta muito errada. Eles diminuíram o número de ônibus das linhas para manter o valor da passagem.
Antes, já havia problemas de frequência e de lotação, depois, ficou impossível entrar dentro dos ônibus.
Parte desses corte foi por debaixo dos panos. Já cheguei a procurar por linhas no site da prefeitura e ver que elas, teoricamente, saíam de 15 em 15 minutos, mas na prática, e em um domingo sem trânsito (naquela época), demorava mais de 40 minutos.
O trânsito foi uma desculpa boa para a prefeitura "fechar" os olhos para a frequência. Com tudo parado, como cobrar das empresas?. Com isso, carros foram sumindo das linhas e um problema juntou-se à outro.
Neste dia 30/12, sem trânsito nenhum, eu vi ônibus (vários) correndo "igual louco". Tentei acompanhar um pela Lapa, meu carro estava a 60km (a rua era para 40km) e não consegui acompanhar o ônibus. Parei porque percebi que a estabilidade do carro estava comprometida nas curvas, e o ônibus foi com tudo andando, no mínimo, a 70km. Justifique essa pressa? Loucura coletiva dos motoristas? É sempre irresponsabilidade do motorista ou a meta que eles devem cumprir é o problema?
Outro problema é a frequência durante dias/período de lazer. Tirando feriados como Natal e Ano Novo, a cidade de São Paulo tem trânsito até aos sábados às 02hs da madrugada. Esse é o tráfego balada, quando não tem transporte coletivo. Com isso, o transporte coletivo se fixa, dentro da nossa memória, como aquele que te leva para suas obrigações (parte chata da vida) mas, na hora do lazer (parte legal da vida), eles não existem. Nosso tempo é quase todo das nossas obrigações, no pouco tempo que temos para nos divertir, não tem transporte coletivo para nos levar. Parece bobagem, mas o efeito psicológico disso é grande.
Essas são questões que devem ser investigadas antes de qualquer coisa.
Quando o Haddad toma a decisão de dar passagem aos ônibus ele está corretíssimo, mas erra ao "demonizar os veículos". Ele ignora que a estrutura não atende e porque não atende.
Por falta de metrô, cortar linhas das periferias é algo bastante complicado. Criar um sistema de várias conexões em bairros mais centrais, como no que eu moro, é diferente de aplicar o mesmo conceito em bairros mais distantes. Antes eles deveriam mexer com os bairros mais centrais, que são "corredores" de ônibus vindo e indo de várias direções mas ... que não podem usar nenhum porque já passam lotados. Na periferia ele deveria mexer com as linhas depois de maneira mais planejada.
O conceito de BRT deve ser aplicado, e não um pseudo BRT que se chama Corredor e um pseudo-corredor que se chama faixa. Pintar faixa à direita em avenida com canteiro central que permite, inclusive, um corredor à esquerda, é uma prova do amadorismo da gestão.
Se o governo anterior queimou todas as fichas acreditando que dava para diminuir o número de carros para manter o valor da passagem, este governo pode aumentar os danos acreditando que pode diminuir o número de carros para manter o valor das passagens somente melhorando a frequência.
No site da prefeitura, o que está escrito sobre os horários de partida dos ônibus são inverdades em muitos casos. Quem usa sabe. Não é o trânsito que sumiu com a frequência dos ônibus, foi a falta de frequência e de espaço que obrigou as pessoas a escolherem os carros. Os ônibus pecaram antes.
Parte II
ResponderExcluirQuando eu leio que a prefeitura vêm cortando linhas meio ao crescimento das faixas, temo que ela esteja fazendo a aposta errada. E bem errada mesmo.
Quanto ao custo do sistema, é preciso "contar as moedas". Por exemplo. Veja o asfalto por onde passam as linhas, tem lugar que está "uma buraqueira só", isso aumenta o desgaste dos veículos e o custo. Questione a direção dos motoristas, tem condutor que literalmente "come" o ônibus, dirigindo de maneira que destrói a mecânica do veículo. Por último, e essa seria uma medida polêmica, automatize o pagamento da passagem e elimine o custo do cobrador. Para não haver impacto direto nos postos de trabalho, faça um plano de vários anos onde, ao invés de demitir, simplesmente opte por não repor as vagas que se desocupam por demissões e aposentadorias, fazendo uma troca suave. Tb faça um programa de remanejamento, pois a venda dos bilhetes únicos deveria ser ampliada, aumentando tb o número de funcionários envolvidos nisso. Essa era a polêmica que eu preferiria enfrentar, o restante eu evitaria ao máximo.
Vamos ver no que vai dar.