quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Tapering só no fim de 2014

1)  QE (asset purchase) é irrelevante por si próprio (aquela história de imperfect substitutes está furada para treasuries, ainda que funcione para MBS);

2)  QE tampouco tem custos palpáveis, tanto faz um bi a mais ou a menos no balanço, (pelo menos ninguém conseguiu mostrar que faz diferença, incluindo o Jeremy Stein);

3) Tapering implicaria em sinal de que a subida de juros está próxima, o que leva a aumento de juros, o qual é indesejável (FOMC de setembro relevou isso);

4)   Antoninho é um babaca;

5)  O ideal seria separar tapering de forward guidance, através da redução do threshold de desemprego;

6) Mudança desse threshold de 6.5% para 6% empurraria a ocorrência do hiking em uns onze meses (algumas hipóteses de participation rate, payroll, etc). Com isso, a subida de juros só poderia ocorrer em meados de 2016;

7)  Mas se a economia começar a crescer 3.5% no fim ano que vem, quando o drag fiscal parar de atrapalhar, vai ser horrível estar comprometido a não subir os juros por dois anos. O Fed pode sempre descumprir o que prometeu, mas sempre é constrangedor;

8)   Incluir esse constrangimento no cenário básico não faz sentido, e nem é crível, o que contraria a própria lógica do forward guidance;

9)   Sendo assim, juntando todos os pontos anteriores, e lembrando que o Antoninho é um babaca, faz mais sentido não fazer tapering nenhum. Deixa os juros baixos estimularem a economia, continua aumentando o tamanho do balanço, e só faz tapering quando a economia estiver crescendo bastante e de forma sustentável (fim de 2014).

10 comentários:

  1. E se os juros baixos além de estimularem o investimento

    também aumentarem o grau de conluio devido aquelas teorias de concorrência imperfeita
    e
    diminuirem a oferta de trabalho devido a substituição intertemporal


    não fica elas por elas ?

    ResponderExcluir
  2. Mas se os EUA começarem a crescer forte, o desemprego não cairá rapidamente, fazendo com que o threshold seja atingido? Em outras palavras, se crescimento morno acarreta hiking em 2016, crescimento próximo a 4% não anteciparia isso?

    Abs,

    FG

    ResponderExcluir
  3. A Yellen vai reeleger a Dilma. E NTNBs back to the game!
    Dantas

    ResponderExcluir
  4. Falando em participation rate, que tal escrever um post sobre isso? Pouca gente presta atencao mas o participation rate na Europa vem SUBINDO, e em todos os paises, nao e' um efeito localizado.
    As tipicas razoes que se usa para justificar o declinio nos EUA (demografira, discouraged workers etc) deveriam tambem ser aplicaveis a Europa. Entao pq a diferenca?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tenho dificuldades em considerar os dois semelhantes.

      Excluir
    2. O envelhecimento e dependency ratio na Europa e' semelhante, ou pior, que nos EUA.
      O mercado de trabalho esta horrivel na Europa, o que deveria gerar desencorajamento para procurar empregos. Sao essas as duas principais explicacaoes "estruturais" para a queda consistente da taxa de participacao nos EUA.
      Se vc acha dificil considerar as duas situacoes semelhantes, quais sao as diferencas mais obvias, vc poderia elaborar?

      Excluir
  5. Professor,

    Is QE a kind of debt monetization ? As I understand ( just to say, I am not the brightest of the students ) it is creating reserves/printing money in order to buy US bills, so indirectly it is buying the government debt and allowing a higher level of spending...


    ResponderExcluir