terça-feira, 24 de dezembro de 2013

A tragédia dos acidentes de trânsito


Domingo passado, 22/12/13, ocorreu mais um trágico acidente da estrada que liga Curitiba a São Paulo, Régis Bittencourt. O motorista do ônibus provavelmente dormiu, passou reto numa curva, e o veículo caiu numa ribanceira. Morreram, pelo menos, 15 passageiros, outros 17 foram hospitalizados.

O acidente é uma tragédia em si. Mas, observei outra, assistindo à entrevista de um policial rodoviário federal que atendeu a ocorrência.

Com a privatização, a estrada está praticamente duplicada em quase toda sua extensão (falta um pequeno trecho, Serra do Café, acho). Além disso, dizia o policial, o asfalto estava bem melhor, a estrada estava mais bem sinalizada, etc. e mesmo assim - estupefato e incrédulo - o número de acidentes com vítimas e mortes não caía! Ele dizia que só podia atribuir isso ao fato de os motorista serem mais imprudentes.

Você entende agora nas mãos de quem está o destino de nossas políticas de trânsito? Você acha que conseguiremos reduzir o número de mortes no trânsito?

Não é uma tragédia anunciada?

7 comentários:

  1. Comentários feitos no meu FB:

    Paulo De Tarso Presgrave Leite Soares A oferta de melhores condições de trânsito, de velocidade, de certa forma, está relacionada com a demanda por velocidade (emoção). Aumentando a oferta, aumenta a demanda por imprudência.
    há 4 horas · Curtir

    Rodrigo De Losso Exato, mas as autoridades de trânsito parecem não saber disso. É óbvio q ia acontecer o que aconteceu.
    há 4 horas via celular · Curtir

    Paulo De Tarso Presgrave Leite Soares É que os economistas que as assessoram, em geral mal formados, meros leitores de manuais bem vulgares, não conhecem teoria dos preços. KKKKK
    há 4 horas · Curtir

    Rodrigo De Losso Pior. Acho q nenhum economista os assessora. É só engenheiro.
    há 4 horas via celular · Curtir

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  2. Falando mal dos engenheiros! ainda bem que temos dezenas de economistas neste governo.
    Mas o problema é que investir em asfalto é mais fácil que lidar com a irresponsabilidade deseducada e míope dos brasileiros em geral.
    Tirando o longo processo de educação, você acha válido para tentar reduzir o números de mortes no trânsito exigir um seguro de vida para quem anda de moto, por exemplo?

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    1. Eu acho que toda profissão tem limitações. Eu não saberia calcular os investimentos necessários para construir uma estrada. Acho que um engenheiro faria isso com facilidade. Por outro lado, acho que engenheiros não são formados para entender o comportamento por meio de incentivos, razão da minha crítica.

      Se você exigir um seguro de vida para quem anda de moto, a tendência é aumentar o número de mortes. Os motoqueiros teriam menos cuidados, porque seus entes queridos que deles dependem estariam mais protegidos ao receberem a indenização.

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  3. De Losso, e se limitar a velocidade máxima dos carros a 120 Km/h ? Seja através de algum dispositivo no veículo que registre isso e a policia o acesse numa blitz por exemplo, seja limitando o sistema elétrico-mecânico do automóvel a não ultrapassar esse limite ?

    A capacidade dos veículos em acelerar pode ser mantida, mas altas velocidades começam a ter um custo a ser pago que não é em mortes.

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    1. Marcelo, eu acho que limitar é muito custoso. Entretanto, é possível atingir o mesmo resultado utilizando radares de velocidade média.

      Entretanto, quem disse que o excesso de velocidade é uma causa importante de acidentes com vítimas e com mortes?

      Perceba que a questão é bem mais embaixo. Desconheço estatística mostrando quais são as razões para acidentes. Ora, sem ter o diagnóstico correto é difícil saber que remédio ministrar. O que sabemos com certeza: que excesso de velocidade aumenta o risco de acidentes, nada mais.

      Eu acho que há mais acidentes em vias urbanas que estradas, onde o problema de excesso de velocidade é menor. Eu acho que grande partes dos acidentes com vítimas ocorre porque o motorista de um dos veículos estava alcoolizado. Eu acho que outra grande causa de acidentes é não respeitar o sinal vermelho. Nas, estradas eu acho que é a imprudência de ultrapassar em lugares proibidos (e não exatamente o excesso de velocidade, que, todavia, está relacionado com a ultrapassagem) que causa acidentes. Enfim, eu acho um monte de coisa e não consigo saber se estou certo ou errado por falta de estatísticas.

      Com a tecnologia atual, de freio abs, GPS indicando onde estão os radares, etc., a causa menos importante de acidentes é o excesso de velocidade. Então, controlar a velocidade pode até ser necessário, mas está longe de ser suficiente.

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  4. O grande número de mortes hoje decorre do aumento do volume de veículos. Quando perguntei se um seguro sobre uso de moto seria uma solução, era realmente para aumentar o custo de seu uso, visando desestimulá-lo. Seria algo tosco, mas poderia reduzir o número de acidentes. Uma reportagem na televisão mostrava uma pequena cidade no nordeste, padrão pelo visto, onde não havia nenhum cinema ou teatro, e a "social" era feita nos botecos, sábado e domingo ficavam lotados de gente consumindo bebidas alcólicas e que depois voltavam para casa em suas motos. a minha "pesquisa" com diaristas e porteiros me indica que todos eles tiveram parentes que morreram (ou perderam perna) em acidentes com motos. Moto sem educação é o capeta!
    Tudo que foi feito, me parece que somente estabilizou o número de mortes/veículos. Precisamos de educação e fiscalização, pois as leis já temos. Só isso nos salvará .

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    1. Vou concordar parcialmente.

      Nos EUA, o custo para obter a carteira de motorista é muito pequeno. E, apesar de ter mais carros circulando por lá, em qualquer dimensão que se queira dar à estatística, o número de mortes é bem menor. Logo, não vejo por que existir mais educação, sem contar os preços escorchantes para tirar a carteira de motorista.

      E por quê lá é assim? Ora, porque lá tem mais fiscalização e porque lá as leis são cumpridas. Então concordo com a parte fiscalização, e acho que temos leis... demais. Afinal, sempre é possível recorrer e há infinitas filigranas jurídicas que deixam o transgressor impune. Uma lástima.

      Eu não sei se o número de mortes se estabilizou, mas isso pode ser decorrente da melhoria das estradas e das condições de segurança dos veículos. Será que o número de acidentes se estabilizou? Minha impressão é que não, mas não tenho dados comprobatórios. O que eu sei é que o número de mortes por acidentes de trânsito vinha aumentando.

      Quanto à fiscalização, embora concorde, eu acho que ela é muito ineficaz, notadamente a política de radares. Já escrevi sobre isso neste blog sobre isso os seguintes posts:

      http://economistax.blogspot.com.br/2013/09/o-transito-no-brasil-custos-para.html
      http://economistax.blogspot.com.br/2013/09/o-transito-no-brasil-efeitos-da-reducao.html
      http://economistax.blogspot.com.br/2013/09/radares-inuteis.html
      http://economistax.blogspot.com.br/2013/10/o-transito-no-brasil-os-radares-de.html
      http://economistax.blogspot.com.br/2013/11/o-transito-no-brasil-conclusao.html

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