sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Friedman e o valor da vida

O vídeo abaixo foi sugerido por um de nossos leitores, em um comentário sobre o post anterior do Celso. Achei sensacional. Uma aula de economia.

Ponto principal: o valor de uma vida não pode ser infinito. Caso contrário, seria ótimo para a sociedade deslocar uma quantidade arbitrariamente grande de recursos para salvar um único indivíduo. Ou seja, todo mundo morreria de fome para que uma pessoa permanecesse viva.


5 comentários:

  1. Todo vídeo do Friedman é uma aula de economia, também gosto desse. Considero ele o maior do século, talvez nem tanto pela contribuição original mas pela profunda compreensão da alma da economia.

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  2. Mauro.
    Sempre é genial ver o Friedman, você tem toda razão no seu post. Mas voltando ao ABS, no caso do Brasil, onde grande parte da saúde e (acredito) quase a totalidade dos traumas imediatos de um acidente são custeados pelo Estado, talvez o benefício de pagar menos seja privado e alguma parte dos custos seja coletiva. Neste caso, talvez, possa fazer sentido a obrigação. Não?
    Não gosto da obrigação do ABS, acho que para coibir uma liberdade individual o Estado tem que fundamentar muito bem, estou levantando a bola só para discussão teórica mesmo.
    Eduardo.

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  3. A colocação do Eduardo está perfeita. No entanto, creio que o Seguro Obrigatório existe para cobrir essa externalidade. A obrigatoriedade de ABS/Airbag deve elevar o custo dos carros em 8% (de acordo com a estimativa do próprio governo). Fico com a impressão de que é demais.

    Temos outra questão relacionada à uniformidade de critérios. Estabelecer um preço infinito no caso do ABS/Airbag, um preço alto, mas finito, no caso dos cigarros e um preço significativamente mais baixo no preço do álcool soa estranho.

    Um governo que mostra tanta preocupação em evitar acidentes obrigando o uso de ABS deveria ser bem mais rigoroso com relação às externalidades do álcool a meu ver. Por exemplo, porque não colocar fotos de cadáveres em garrafas de vinhos e/ou estabelecer penas mais severas para a moçada que anda matando no trânsito.

    Corto o que vocês quiserem se 100% dos motoristas que saem de restaurantes finos não passam no teste do bafômetro.

    Outra coisa: o custo de trafegar em alta velocidade em acostamentos é praticamente zero na maior parte das estradas do país. Quem pegar os congestionamentos de final de ano verá.

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  4. Perfeito Celso. Eu também tenho a sensação de que o custo não vale o beneficio - sem contar a parte intangível de interferir nas liberdades individuais. Também concordo com você que existem outras áreas que gerariam resultados mais certos no caso de uma política de "valorização da vida", como segurança pública, drogas, e, no caso do trânsito, estradas melhores (sejam concedidas ou não) e leis/fiscalização mais rígidas.
    A falta de uniformidade de critérios não é exclusividade da "política de valorizar a vida", ela abrange e é mais grave em outras áreas.
    Eduardo

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  5. "Ou seja, todo mundo morreria de fome para que uma pessoa permanecesse viva"

    This claim cant be right. Call V, as high as it gets, life's value, it cannot be infinite because we cant compare two infinites and then the whole economic point becomes meaningless.
    For any real value V, if many people die to save one person total welfare falls.
    Of course, mauro and friedman do have a point (albeit I dont like the use of infinite for technical reasons): the value of life cannot be 2.000.0000.000.000 dollar, otherwise one would have to agree that selling Brazil's annual GDP to save someone's life would be worth the while.

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