quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Non-Stationary Nairu (não wonkish)

Minha proposição é que queda de desemprego no Brasil não implica em mercado de trabalho apertado, no sentido de forçar a inflação para cima. Dessa vez, a ideia foi olhar latam (sem México, onde série tem quebra recente).
Vejam gráficos de desemprego e inflação abaixo. Note que desemprego oscila (na alta frequência) mas cai (na baixa frequência) em todos. Enquanto isso inflação pula para lá e para cá (na alta frequência), é influenciada por choque de commodities e crise, mas não parece ter tendência de alta (na baixa frequência).
O caso da Colômbia é o mais legal. Lá o desemprego caiu de 18% para menos de 11%, e a inflação também caiu, de 8% para 2%.
Dito de outra forma, a proposição é que a NAIRU (taxa de desemprego não inflacionária) pode cair no longo prazo, e não dá para ficar olhando o desemprego na baixa frequência como indicador de pressão inflacionária.



15 comentários:

  1. Boom de China causa boom de crédito e apreciação cambial em LATAM. Atividade para cima e inflação para baixo. Não explica grande parte da baixa frequência?
    Abs

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  2. pergunta boba: o fato do desemprego ter caido em varias economias latam ao mesmo tempo retira do policy maker seu merito (vou excluir venezuela e argentina)? ou seja tudo que latam viu nos ultimos anos nao passa de mera sorte desde que voce nao tenha um imbecil completo como police maker?

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    1. Maybe. Problem is: the imbecils are in charge here

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  3. Outra maneira, equivalente, de ver a curva de phillips é via hiato do produto, em vez de desvios da tx. de desemprego e a NAIRU.
    Embora o debate público constantemente associe crescimento (ou mesmo hiato do produto) à inflação, a literatura é categórica ao afirmar que o principal determinante da inflação (disparado) são as expectativas e não o hiato (ou, equivalentemente, desvios da nairu). Muitas vezes sequer encontra efeito de hiato para inflação.
    Isso dito, qual o espanto?

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    1. Da forma como sao contabilizadas as expectativas, me parece obvio que elas se demonstrem a principal variavel numa tentativa de explicar a inflacao.

      Todavia, isso requer interpretacao economica. Qual a sua? A inflacao existe porque os agentes esperam que ela vai existir? Uma profecia auto-realizavel?

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    2. Imagino que sua crítica se refira ao FOCUS. Um ponto antes: esse resultado vale para diversos outros países, que tem outras medidas de expectativa. Segundo, se quiser vc pode usar a inflação implícita que vai achar o mesmo resultado. Por fim, a curva de phillips que tenho na cabeça e amplamente aceita é uma versão novo keynesiana micro fundamentada. Em outras palavras, deriva de teoria econômica. O que não falta é interpretação nisso...ficou claro?

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    3. Adoro discutir com retoricos.

      Nao, minha critica nao se refere ao focus, mas sim a QUALQUER pesquisa que busque estimar a inflacao futura (ou seja, independe do pais).

      A inflacao implicita constitui uma inflacao esperada, tal como nas pesquisas, porem com um passo adiante, isto e', com uma aposta naquela previsao.

      Ninguem perguntou que CP vc tem na cabeca. Pouco me importa se e' microfundamentada ou nao.

      Se nao falta interpretacao nisso, como vc argumenta, por que nao explica para quem pergunta? Sera que voce sabe mesmo?

      Para finalizar trago um pensamento do velho Simonsen: "existem aqueles para os quais a inflacao e' um fenomeno meramente psicologico...".

      Vlw
      Jank

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    4. Jank, afinal qual o problema com as medidas de expectativa? O que a inflacao implicita tem de ruim? Explica para nós...
      se te falta treinamento, nao é problema meu. Quando eu deixo claro a CP que eu tenho na cabeça e digo que ela vem de micro fundamento, deveria estar claro a interpretação economica para a inflação. Posso te sugerir literatura para vc se educar, mas receio que vc não tenha capacidade de entender. Vc consegue entender pq aparece um componente de expectativas na cp? Ou vc acha q um imbecil disse: ah, acho q a inflacao é psicológica? Vai estudar, nenem.

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  4. "Minha proposição é que queda de desemprego no Brasil não implica em mercado de trabalho apertado, no sentido de forçar a inflação para cima.
    O caso da Colômbia é o mais legal. Lá o desemprego caiu de 18% para menos de 11%, e a inflação também caiu, de 8% para 2%."

    A comparação com o Brasil é estranha, uma vez que a tx. de desemprego de 6% daqui seria (?) próxima do desemprego natural. Ou seja, de fato falta disponibilidade de mão de obra. Difícil crer que 11% seja o desemprego natural da Colômbia.

    Olhar só para a margem e ignorar o nível faz sentido?

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  5. Quanto mais olho esse gráfico vejo o resultado da alegria dos heterodoxos brasileiros que gritavam que o papel dos BCs agora é outro e que manter a demanda é obrigação dos policy makers.
    Mas ainda acredito que os tradables com preços caindo pode ser a resposta para inflação e desemprego decrescentes. Agora talvez veremos o câmbio ajustando e os tradables voltando a pressionar inflação na latam.
    Dantas

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  6. Acho que apenas observando as séries acima subestima-se o efeito inflacionário da taxa de desemprego. Neste período tivemos uma enorme valorização cambial que comportou um crescimento do salário real acima da produtividade do trabalho, implicando em um crescimento da massa de salários como proporção do PIB.

    Seria interessante ver a série: (+) Salário real (-) Produtividade (-) Valorização cambio.

    Economista R

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  7. Muito legal Fabio. No Brasil a inflação apresenta sim tendência de queda porém nos demais não.

    Roda um modelo de RBC para esses países em que os termos de troca e a capacidade de exportar influênciam a "produtividade", talvez a resposta esteja (como sempre) num modelo de ciclo real.

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  8. Então o que está forçando a inflação no Brasil para cima?

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  9. Acho que olhar o CPI cheio nao e' correto pois ha nos paises citados apreciacao do cambio real e no Brasil ainda temos administrados muito abaixo de livres (nao sei no resto), a comparacao muda se olharmos o YoY de nao-tradables livres?

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