A teoria do consumidor pressupõe que cada pessoa faz a melhor escolha para si própria, dadas as restrições. Nesse sentido, trocar presentes é ineficiente. Se você dá um presente a alguém, no máximo você conseguirá replicar a escolha ótima da pessoa. Como não conhece perfeitamente as preferências dele ou dela, é bem provável que seu presente não maximize o bem estar do indivíduo.
Para obter o resultado eficiente, você deveria dar o valor em dinheiro correspondente a seu presente. Dessa forma, o indivíduo faria o melhor uso desses recursos, maximizando seu próprio bem estar.
Um paper antigo de Joel Waldfogel estima o peso morto associado às trocas de presentes no Natal. Para um conjunto de alunos de graduação, o autor pergunta quais os presentes recebidos no Natal, e que valor subjetivo os indivíduos atribuem a eles. Sua estimativa mais conservadora indica que esse valor subjetivo é em média 10% menor do que o valor de mercado dos presentes.
Há duas possíveis explicações para esse resultado: (i) a troca de presentes é de fato uma convenção social inútil, que se eliminada elevaria o bem estar da sociedade, ou (ii) existe um benefício nessa atividade que vai além do valor subjetivo dos presentes, mais que compensando o peso morto acima referido. Como não acredito em maluquices coletivas que duram para sempre, fico com a segunda opção.
Nessa linha, uma história possível é a seguinte: ao procurar por um presente adequado para a ocasião e para o presenteado, você faz esforço e gasta tempo, os quais demonstram que você se importa com a pessoa. É muito mais difícil comunicar esse sentimento com dinheiro.
Tal aspecto não está refletido no valor subjetivo do presente, e acaba ficando de fora da conta de bem estar acima. Mas é potencialmente relevante, e sua contabilização pode virar o cálculo de bem estar para o lado positivo, racionalizando a atividade de troca de presentes.
O trecho abaixo do Seinfeld ilustra essa discussão:
(veja também artigo da The Economist sobre o tópico)
Nessa linha, uma história possível é a seguinte: ao procurar por um presente adequado para a ocasião e para o presenteado, você faz esforço e gasta tempo, os quais demonstram que você se importa com a pessoa. É muito mais difícil comunicar esse sentimento com dinheiro.
Tal aspecto não está refletido no valor subjetivo do presente, e acaba ficando de fora da conta de bem estar acima. Mas é potencialmente relevante, e sua contabilização pode virar o cálculo de bem estar para o lado positivo, racionalizando a atividade de troca de presentes.
O trecho abaixo do Seinfeld ilustra essa discussão:
(veja também artigo da The Economist sobre o tópico)
tem tambem outra teoria: eu adoro whisky, mas minha mulher fica brava se eu compro pois 1 whisky equivale a muitas outras coisas mais uteis para casa; mas já se eu ganho o whisky...aí ela nao me obriga a vende-lo no mercado secundario para comprar fraldas..
ResponderExcluiroutra: vc me dá um livro de determinado autor, que eu desconheço. eu leio eu gosto. ou seja, vc expandiu meu conjunto de possíveis escolhas, potencialmente aumento meu bem estar. isso está no artigo da the economist que eu citei no post.
Excluirnos dois casos, entretanto, o valor subjetivo do presente deveria ser maior ou igual ao valor de mercado.
Este post maximizou meu bem-estar. E não havia dinheiro envolvido... um custo de oportunidade, talvez...
ResponderExcluirUm feliz natal a todos!!
Que post hein! Esse Mauro só tà mandando redonda e no ângulo agora. Muito muito bom!
ResponderExcluirComo o Antoninho/FK podem dizer que o blog està uma b..?
Os feras já responderam isso: http://www.igmchicago.org/igm-economic-experts-panel/poll-results?SurveyID=SV_1z4X7kmHnVYo28d
ResponderExcluirhahaha... excelente post, Mauro!
ResponderExcluirNo mesmo diapasão, a Atlantic publicou como seriam os cartões de natal se fossem escritos por economistas.
ResponderExcluirhttp://www.theatlantic.com/business/archive/2013/12/if-economists-wrote-christmas-cards/282493/
Feliz natal!