Pense num modelo novo-keynes moderno com rigidez e uma função objetivo do governo quadrática. Algo como Woodford and Benigno (2004), mas ponha uma taxação distorciva ao invés de lump-sum.
Agora vem um choque fiscal: precisa gastar mais sei lá porque.
O que o governo faz?
Se a divida é de um período apenas, ajustar a esse tipo de choque via inflação mais alta é meio custoso, pois todo o peso cai sobre uma surpresa inflacionária apenas. Aí a inflação fica volátil, e como as empresas não reajustam preço sempre (calvo), gera distorção grande. Nesse caso parece melhor meter mais imposto distorcivo mesmo.
Agora, o que aprendi lendo o último paper do Leeper e Zhou no NBER é que se a dívida nominal é de maturidade longa, o ajuste pode ser via várias inflações um pouquinho mais altas apenas. Aí essa distorção gerada pela inflação sobre alocação eficiente fica pequena comparada à distorção do imposto. E o welfare geral é mais alto. Segundo os autores, calibrando com dados dos EUA, todo choque sobre a restrição fiscal do governo deveria ser em 20% debelado com uso de inflação.
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