sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Consumidor tem direito a qualidade?


Conversa que escutei hoje em uma padaria entre um cliente e a garçonete:

Cliente: Quem é o gerente daqui?
Garçonete:  É o Paulo. Algum problema?

Cliente: A pizza costumava ser boa aqui, mas agora está muito ruim.
Garçonete:  Mas o pizzaiolo é o mesmo e as pessoas não têm reclamado.

Cliente: Mas eles não reclamam porque brasileiro não sabe dos seus direitos.
Garçonete:  Humrum.

Cliente: A pizza pode subir de preço mas não cair a qualidade.
Garçonete: Tá. Vou falar pro gerente.

Essa conversa me lembra aqueles modelos dinâmicos de oligopólio onde a firma cria um produto de alta qualidade e depois de consolidarem uma posição monopolista nesse segmento, podem vir a derrubar a qualidade (custos) e desfrutam da renda extra enquanto a ficha dos consumidores não cair. Uma estratégia que, dependendendo de certas condições, pode ser dinâmicamente eficiente. Há evidências anedóticas de que a Nike (fabricante americano de material esportivo), Zara (fabricante de roupas espanhol) e a Toyota (fabricante de carros japonesa) fizeram algo assim ao longo dos anos. Ah, e a julgar pelo diálogo acima, a padaria do "meu bairro" também.

P.S.: Em caso você esteja em dúvida: consumidora não tem direito a qualidade! Ela tem, todavia, o direito de depositar seus "votos monetários" em outra pizzaria.

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