"Skill bias": nos EUA a demanda por qualificação, função das inovações tecnológicas, subiu muito nos últimos 20 anos. O número de pessoas com capital humano mais elevado subiu de fato devagar (tuition caro demais e outras coisitas mais). Resultado: aumento na desigualdade dos salários: o dos 10% mais ricos cresceu mais rápido que o do mediano -- pero no mucho.
Mas essa história é incompleta. Bem incompleta talvez. Isso porque a renda dos 1% mais ricos explica cerca de 60% do incremento da renda dos 10% mais ricos. É demais: os 9% melhoraram mais que a média, mas não tremendamente. E não há grandes diferenças educacionais entre os 9% mais ricos e os 1% mais ricos que justifique isso. Então o grosso do crescimento da desigualdade NÃO vem de skill bias; ou seja não vem de produto marginal do trabalho muito diferente.
Não necessariamente vem de coisas ruins, claro, pode muito bem ser escala por exemplo -- pense no Ipad. Mas pode também vir de uma acentuação do problema de agente-principal dentro das grandes corporações (CEOs e alta gerência conseguindo meter mais do dinheiro dos acionistas no bolso), o que o José Stiglitz chama de quebra da outrageous constraint.
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