sexta-feira, 2 de maio de 2014

O mercado de doação de sangue


Saiu no último número do Journal of Economic Perspectives (JEP) artigo de autoria de  Robert Slonim (Univ. de Sidney), Carmem Wang (Harvard Business School) e Ellen Garbarino (Univ. de Sidney), sobre o mercado de sangue. O artigo, como é a regra das publicações no JEP, é didático e ilustra com uma série de dados como as doações e os "desequilíbrios" entre a oferta e demanda de sangue são influenciados por forças econômicas.

Destaque para o gráfico abaixo, mostrando que as doações de sangue tendem a ser uma fração maior do estoque de sangue nos países mais ricos.


O artigo discute como os economistas estão ajudando a resolver os problemas nesse "mercado", causados em grande medida pela ausência de um sistema de preços que ajude a coordenar oferta e demanda. O artigo compila uma série de estudos que mostram evidência de que uma série de incentivos não monetários -- medalhas de honra, pequenos presentes (tickets de loteria, camisas, canetas, gift cards), premiações simbólicas em geral -- podem aumentar as doações de sangue sem comprometer a qualidade do material coletado. Trecho do artigo que oferece um bom resumo:

The market for blood—along with many other "products" and services such as organ donations, adoption, surrogacy, and dating services—is constrained by deeply entrenched social norms and ethical and safety concerns. In the case of the supply and demand for blood donations, a combination of these concerns, together with historical events, has led to a reliance on volunteer donations for whole blood. Our evidence of the current state of the whole blood market indicates that countries with higher percentages of volunteer donors are associated with a higher quantity of blood donations, even after controlling for per capita income, but do not provide safer blood. We expect that limited experiments with incentives to donate blood will continue, and perhaps a few countries will move toward remunerated systems. After all, although the United States is essentially all-volunteer for whole blood, the US plasma market has long been dominated by commercial operations which have made the United States the world’s major supplier of plasma products meeting the needs of countries that rely on volunteer plasma. 

O artigo pode ser visto aqui.

Um comentário:

  1. Freakonomics fala dos incentivos sociais e dá um caso relacionado à doação de sangue.

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