A jornalista Sabine Righetti, da Folha de São Paulo, escreveu uma matéria em seu blog (Abecedário) sobre a crise financeira da USP. Sabine é especializada na área de educação e seu blog frequentemente discute os problemas da USP. No seu último post (ver post aqui) ela fala do desequilíbrio nas contas da universidade -- o reitor, Marco Zago, já tornou pública, em carta a comunidade, as dificuldades financeiras da universidade; ver matéria, por exemplo, aqui.
Ela menciona a possibilidade de cobrança de mensalidades e menciona a possibilidade de cobrança de estacionamento, levantada em post desse blog mencionado na matéria. Trechos da matéria da Folha:
A USP, maior universidade do Brasil, está falida. Só a folha de pagamentos consome 105% do orçamento da universidade. A conta não fecha. A maioria das pessoas com quem converso sobre o problema apresenta a mesma solução: pedir mais dinheiro ao governo. A universidade já recebe 5% do ICMS paulista que, neste ano, deve bater em R$ 6 bilhões. Precisa mesmo pedir mais? Não.
A gestão das melhores universidades do mundo mostra que nenhuma sobrevive apenas com dinheiro público. E, em uma situação de crise, a solução de uma universidade pública competitiva jamais seria pedir ainda mais dinheiro público.
MENSALIDADES
O colunista da Folha Hélio Schwartsman, por exemplo, sugere que a universidade passe a cobrar mensalidades (leia aqui). É assim que funciona em boa parte das universidades públicas do mundo, incluindo em países como Estados Unidos e Alemanha: todo mundo paga. Na USP, poderia haver um esquema de cobrança proporcional à renda, por exemplo. E algumas bolsas. Mas, ok, deixando a graduação de fora da matemática. Por que não cobrar da pós-graduação?
PÓS PAGAQuais as razões contra e a favor, por exemplo, (a) da cobrança de estacionamento, (b) da venda de cursos on-line e (c) da cobrança de mensalidades (por favor não confunda isso com privatização)? Vá na seção de comentários e tire do seu coração tudo que você pensa a respeito. Sua opinião, como sempre, será bem-vinda.
Cursos de especialização, por exemplo, podem ser pagos. Boa parte de quem faz especialização latu senso trabalha e pode conseguir subsídios de suas respectivas empresas. Por falar em empresas, por que não captar mais recursos privados? O movimento estudantil torce o nariz para dinheiro privado na universidade pública porque teme interferência nas aulas e nas pesquisas, mas acha justo que a sociedade pague a conta da universidade. Isso faz algum sentido?
talvez mais comedido do que o autor do post, concordo com a cobrança de mensalidade.
ResponderExcluirSerá um longo processo, mas a usp poderia começar cobrando estacionamento. também vejo com bons olhos um pedágio.
A favor de cobrança de estacionamento. O estudante baixa renda não será prejudicado.
ResponderExcluirLembrando que professor paga estacionamento também.
demorou para tomarem logo uma atitude com relação a essa industria da concentracao de renda no Brasil (ou em sampa para ser mais exato nesse caso). OKOkOK, existem externalidades mas não faz menor sentido classe media/medi alta estudando medicina , engenharia, economia, etc... por exemplo de graça as custas da sociedade quando poderiam pagar. Claro, tem que existir bolsa para quem nao pode (aqui fica um problema de como resolver o criterio). Exemplo classico, o cara tem sua faculdade de engengaria ou Economia pagas pela sociedade e depois vai trabalhar num banco de investimentos. ridiculo, e não é um exemplo extremo, muito pelo contrario...bem comum.
ResponderExcluirrepito, as universidades publicas concentram renda. Algo precisa ser feito.
Economista X linha
"repito, as universidades publicas concentram renda. Algo precisa ser feito."
ExcluirSe concentram renda, deveríamos colocar baixa renda lá, do mesmo jeito q o outro entrou, ensino básico de qualidade e ensino médio melhor ainda.
Mas não, preferem gastar pra por o cara na UNIP...
Então é errado formação de mão de obra para dar suporte a empresas privadas no país?
ResponderExcluiras pessoas irao pagar porque muitos podem e o suporte sera dado...com a diferenca que a universidade recolhe $ e pode ate ampliar o suporte.
ResponderExcluirEconomista X linha
Bacana, mas e problema da Constituição barrar o pagamento do ensino público, comu fas?
ResponderExcluirVamos fazer um acordo, se os alunos pagarem mensalidade e tiver professor porcaria (que só da aula pela pesquisa), vai levar riscada no carro ou, se for pedestre, bexiga de mijo na cara. (Viu Turchick?)
ResponderExcluirMoleque mimado
ExcluirOs alunos da pós discordam de você. O Prof. Turchick foi um dos melhores professores que tivemos. O problema não é com o Turchick mas com aluninho vagabundo e mal acostumado que quer passar com esforço mínimo perto de zero.
ExcluirNão sei quem foi esse professor, mas se o anônimo acima errou no nome escolhido, certamente não errou na classe de professores mencionada. Existe. E é grande.
Excluirhttp://cavc.com.br/professor-profile/?professor=DavidTurchick%20%20-87
Excluirhttps://www.youtube.com/results?search_query=david+turchick
PS: chora recalque.
Se o governo do estado de São Paulo não repassa toda a verba destina às Universidades Estaduais Paulista, se as contas da gestão anterior não foram aprovadas, se o orçamento não é exposto nos detalhes e discutido com a comunidade acadêmica, a situação fica obscura. Logo, antes das proposta, o melhor é esclarecer as coisas nessa história do orçamento da USP...
ResponderExcluirOutro ponto que pode parecer xenófobo mas não é, é a cobrança da universidade com preços diferenciados para quem mora no Estado de SP por pelo menos 5 anos que antecederam a matrícula. Não faz sentido o povo de SP subsidiar o estudo de muita gente que só vem pra SP para estudar, vira as costas e vai embora, voltando para seus lugares de origem. De novo, sem Xenofobia, mas já repararam na quantidade de boliviano, colombiano, etc na POLI, estudando de graça? Se fosse por mérito, ok! E mais, não estou desmerecendo e falando que eles são mais ou menos capazes que os brasileiros. Só que não é justo em termos com o contribuinte paulista. Façam concursos para bolsas e, os mais talentosos, além de ganhar bolsa, teriam de assumir um compromisso de dar aulas por aqui por igual período! Assim como nós brasileiros, quando vamos à Stanford, Harvard, Columbia, temos que brigar por bolsas, senão pagamos, eles também deveriam. A USP sofre por ser a maior universidade do país e da América Latina. Muito fácil arranjar um lugar decente para estudar de graça!! Imposto proporcional a renda parece ser uma saída bastante inteligente. Mas de novo, repito, não sei se esbarra em algum princípio federativo, mas não é justo pessoas de outros lugares, que não recolhem 1 centavo de imposto em SP, virem aqui e estudarem de graça. Talvez uma solução menos polêmica seja a obrigação em "pagar" sob a forma de trabalho, como acontece em alguns outros países. Fez Medicina na USP, que tal passar metade da duração do curso (pós formatura), trabalhando nos Pronto-Socorros das periferias? Fez economia, então que tal trabalhar na Secretaria da Fazenda ou do Planejamento por 2 anos? E assim, por diante. Se ficou bravinho, que tal pagar os 8 mil R$ da Santa Casa ou os R$ 3 mil da FGV? Assim acabaríamos com muito "estudante profissional". Outra solução mega contestada na casa, e que vem se tornando o "futuro" da educação, que tal oferecer além dos cursos lato-sensu, os mestrados profissionalizantes, como poucas unidades o fazem? O IPT é um caso de sucesso. A POLI também é. Talvez doutorados profissionalizantes? Há uma longa e extensa janela de possibilidades para a Universidade reverter essa situação.
ResponderExcluiro critério para 'estrangeiros' seria o mesmo - renda
Excluirnão faz sentido usar critérios diferentes só pq o sujeito é de fora...
a ideia da usp é atrair os melhores, sejam da bolivia ou do jardins
O caso do SENAI é interessante: Lá se cobra por cursos de especialização e pós-graduação profissionalizante. No entanto, os cursos técnicos básicos são gratuitos. O caso da USP pode ser semelhante, tendo cursos de pós, doutorado e de especialização pagos, com as graduações gratuitas. Vale lembrar que cobrar pelas graduações é um absurdo.
ResponderExcluirA COBRANÇA DE TAXA DE MATRÍCULA NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS VIOLA O DISPOSTO NO ART. 206, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
ResponderExcluirPrecedente Representativo
"(...) a gratuidade de ensino público em estabelecimentos oficiais, conforme se lê no caput do art. 206, IV, configura um princípio. Um princípio que não encontra qualquer limitação, no tocante aos distintos graus de formação acadêmica. (...)
O que não se mostra factível, do ponto de vista constitucional, é que as universidades públicas, integralmente mantidas pelo Estado, criem obstáculos de natureza financeira para o acesso dos estudantes aos cursos que ministram, ainda que de pequena expressão econômica, a pretexto de subsidiar alunos carentes, como ocorre no caso dos autos. (...)
Não se figura razoável, ademais, que se cobre uma taxa de matrícula dos estudantes das universidades públicas, em especial das federais, visto que a Constituição, no art. 212, determina à União, que aplique, anualmente, nunca menos de 18% da receita resultante de impostos, na manutenção e desenvolvimento do ensino."
RE 500.171 (DJe 24.10.2008) - Relator Ministro Ricardo Lewandowski - Tribunal Pleno.
http://www.stf.jus.br/.../jurisprudencia/menuSumario.asp...
Ih, sujou cacildis! Os adevogado ferraru a usp. #NãovaitercobrançaZago
Eu odeio "advogados", mas nesse caso salvaram a USP segurando lá os melhores alunos q buscaram seu direito constitucional.
ExcluirAnonimo das 19:59,
ResponderExcluirporque cobrar pela graduação é um absurdo? Europa, EUA e outros lugares funcionam bem assim, porque aqui nao poderia funcionar? Absurdo é a sociedade custear o ensino de um medico por exemplo e depois que ele se formar ir trabalhar no Eisten. Alguem da classe C e D serao atendidos gratuitamente por la? novamente, exitem bolsas para quem nao tem renda para a graduacao.
Economista X linha
Todo o sistema de ingresso na universidade já serve para manter bem longe daqui as pessoas de baixa renda. Mesmo assim, existem alguns poucos que conseguem através de esforço e sacrifício acessar a universidade. Muitos, aliás, não tem nem renda tão baixa, são de classe média buscando formação de elite para ascender socialmente. Se cobrar da graduação coloca-se mais um obstáculo para quem tem baixa ou média renda. A graduação serve como primeiro degrau para atingir um nível satisfatório de formação, não se pode colocar uma barreira monetária para isso.
ResponderExcluirVocê já ouviu falar de CRÉDITO?
ExcluirEducação superior deve ser como carro/casa: se vc quer, pegue um empréstimo para comprá-lo(a). Haverá subsídio porque educação tem externalidades positivas. Mas não deve ser gratuita para quem se apropria da maior parte do seu benefício.
E mais: e as pessoas de baixa renda que (1) pagam por uma educação da qual não usufruem e que (2) têm os filhos em escolas xexelentas que poderiam ser melhores se os 10 bilhões que bancam o sistema estadual paulista de universidades fosse parar no orçamento da secretária de educação?
Chega a ser irritante essa preocupação mal informada, tosca e falsa com os pobres. Se você quer mesmo ajudar os pobres, libere os pobres de pagar pelo que não consomem. COBRE MENSALIDADE dessas m.. de universidade. Ganharão os pobres e a sociedade como um todo. Teremos um monte de universidade meia-boca, mas as universidades de elite serão instituições da elite global, e não a melhor em um universo de instituições medíocres.
"Ah mais a Constituiçõa não deixa cobrar". Mais uma razão para privatizar tudo.
"pessoas de baixa renda que (1) pagam por uma educação da qual não usufruem"... É mesmo? Se é de baixa renda não paga IR, tem bolsa assistencialista e o que ELE paga de imposto indireto é pequeno frente às outras parcelas da arrecadação.
ExcluirNa universidade pública, o filho do pobre paga pro filho do patrão ser chefe do seu próprio filho.
ResponderExcluirMeu comentario: a estrutura de custos da USP e' tao absurda que, se aumentarem as receitas, em poucos anos a folha de pagamento vai engolir tudo de novo. E' preciso mudar a estrutura, os empregos permanentes, os quadros excessivos, os beneficios incompativeis com a realidade do pais, etc. Aumento de receita (o qual, a principio, sou a favor tambem) tira o foco do problema real: a USP como microcosmo do pais e' um paquiderme voraz e folgado. Mais receita produz um alivio temporario, em pouco tempo o paquiderme, ainda mais gordo, estara amassando a qualidade de novo. "Starve the beast", faltar dinheiro pode ser a unica maneira de alguem tomar uma atitude e cortar as gorduras.
ResponderExcluirSou a favor de cobrar pelo estacionamento. Se tirar R$ 100,00 ou 150,00 de cada carro parado ali na cidade universitária dá uma boa renda. Desde que se coloquem guinchos suficientes para punir quem parar em locais proibidos, senão vai virar uma zona gigantesca. Cobra-se de quem tem carro (por conseguinte, renda mais elevada).
ResponderExcluirSem entrar no mérito da cobrança de mensalidade (que antes de vingar ou não passaria por uma longa discussão), mas já passou da hora da USP arrendar alguns terrenos para a construção de uma mega-praça de alimentação. Diminui-se a demanda do bandejão altamente subsidiado (não sei qual o impacto para o orçamento) e gera-se uma receita pelo aluguel do espaço.
ResponderExcluirhttp://blogs.estadao.com.br/paulo-saldana/tj-mantem-condenacao-que-obriga-usp-a-devolver-doacao-de-r-1-milhao/
ResponderExcluirTriste isso...
Até que o estoque de beneficiários do sistema previdenciário até há pouco vigente se acabe, a conta não vai fechar mesmo. O "problema" é que a autonomia orçamentária das universidades trouxe esse problema à tona. Se fosse um problema no âmbito do Estado, o Tesouro emitiria uns títulos e pagaria a conta. Aliás, no final das contas, alguém vai ter que pagar essa conta até que o sistema previdenciário se 'ajuste', o que vai levar umas boas décadas... A Universidade pegou uma batata-quente que agora estourou e vai ter que lidar com isso...
ResponderExcluirAinda bem que existe o professor Otaviano Helene, para expor a realidade e a perversidade da cabeças vazias econômicas... A criatura diz: "o importante é a pessoa saber matemática básica e interpretar um texto e não ele saber geometria plana..." Tipo assim: não é importante ter curso universitário. E aí contrapôs o professor Otaviano: "não será importante até você precisar de um médico!". Ou seja: para mim, o melhor. Os demais, que se ralem...Que falta de humanismo, cidadania...Que tristeza! E é professor a criatura...
ResponderExcluirA USP conta com uma infraestrutura magnífica, tecnologia de ponta e um bando de oportunistas. Cada docente tem a sua própria sala, a qual eles chamam de escritório. Hummmmm...porque será hein????
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