terça-feira, 1 de abril de 2014

Ditadura vs Ditadura


Acho deplorável alguém defender a ditadura. Mas essa é apenas minha opinião. E, numa democracia, quem defende a ditadura também tem direito a sua opinião.

Hoje um professor do Faculdade de Direito da USP fez um discurso em prol do golpe de 1964. Foi interrompido por um grupo de alunos que invadiram sua aula. Chamou minha atenção o que um dos manifestantes disse à Folha (matéria aqui):

"No dia em que a gente está fazendo atos de memória pela resistência à ditadura, não podemos deixar um professor falar sobre um regime que infringiu os direitos humanos comprovadamente." (itálicos inseridos por mim)

Ou seja, uma pessoa com opinião contrária não tem direito de se expressar. Não é justamente isso o que ditaduras fazem?

PS: Acho também errado professores usarem a sala de aula para fazerem discurso político. Realmente tem uns caras que tentam "catequizar" alunos, transformando uma particular visão de mundo em fato. Mas, de novo, essa é apenas minha opinião.

27 comentários:

  1. No fundo é uma discussão sobre limite da liberdade de expressão.

    É legal permitir que o outro defenda um regime que matou um monte de gente, só por parecer ser algo? Na Alemanha acham que não.

    De todo modo, o resquício de apoio a ditadura (ou mesmo desse debate quanto à real existência de uma ameaça comunista) é um problema de moral hazard. Em termos claros, da nossa lei da anistia.

    Será que manifestações ou discussões desse tipo ainda ocorrem em países que puniram exageros de ambos os lados?

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    1. então o pessoal da esquerda não pode defender o fidel e o chavez?

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    2. É o que pensei. Até Mao e Stalin já vi serem defendidos em sala de aula.

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    3. Acho que os Russos não deveriam defender o Stalin, pq lá já tem uma distância histórica, como aqui.

      Mas, sinceramente, não sei encaixar no argumento opiniões domésticas sobre regimes externos, pq estes pouco nos afetam.

      A minha opinião é que não deveriam, dado o fracasso total desses regimes, como o próprio professor da São Francisco falou. Mas, de repente, como nunca teve nada perto de ditadura de esquerda no Brasil, elas ainda avaliam errado os custos e benefícios de uma nova "revolução".

      O fato é que não foram criados os incentivos necessários para quebrarmos o retrovisor.


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    4. "No fundo é uma discussão sobre limite da liberdade de expressão."

      Que nada. É uma discussão entre ser reacionário e canalha (esquerda) e entre ser tolerante e sensato. sim, sensatez, porque não se deve desejar calar ninguém quando não se quer que façam o mesmo com a gente, o que sempre pode acontecer.

      Me mostre um pateta de esquerda desses que se diz contra e defende sanções contra quem profere DISCURSOS de direita que não é alguém louco pra instalar "um regime" (ditadura) socialista ou alguma merda idealista dessas?

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  2. Tem muito aluninho esquerdinha retardado na FEA que defende por aí censura de quem fala as coisas que eles não gostam. E depois tem a cretinice de falarem que defendem a democracia. Mas todo mundo já sabe que todo esquerdinha é no fundo um intolerante totalitário que, com o poder na mão, não hesita em calar/acabar com tudo que não gosta. Só quem não conhece essa gentalha que os compra!

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  3. Acho curioso o bombardeio de críticas e rótulos que qualquer posicionamento ideológico/político sofre hoje em dia (não só na USP). Se você defende a ditadura ou o capitalismo por tais e tais argumentos, é escurraçado pelos esquerinhas; se critica o sistema vigente e acha que a ditadura tem que ser tratada como crime hediondo, é metralhado pelos direitinhas; também não se pode ser de centro, porque aí é taxado de "em cima do muro", "sem opinião", e é engolido por qualquer um dos argumentos à direita ou à esquerda. Afinal, é ou não é permitido dizer o que se pensa?

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    1. "Se você defende a ditadura ou o capitalismo por tais e tais argumentos, é escurraçado pelos esquerinhas"

      Ser escurraçado por esquerdinhas porque defende o capitalismo não devia incomodá-lo nem um pouco. Essa gente é mentalmente retardada. São semi-adultos com mentes de crianças, muitos dos quais vão acordar do sonho marxista deles em alguns anos quando tiverem que pagar imposto e trabalhar. Note que a maior parte dessa gentalha não doa um tostão, nem de dinheiro nem de tempo, pra ajudar os outros. Mas são obviamente pródigos em defender a caridade com o dinheiro alheio.

      Ser escurraçado por esquerdinhas porque defende a ditadura devia incomodá-lo sim. Mas não porque são os esquerdinhas que o criticam, porque no fundo eles defendem uma ditadura também (eles vão dizer que não claro, mas a história está aí pra mostrar que esse é o ponto para onde convergiram essas experiências de merda que só trouxeram morte e pobreza). Mas porque defender ditadura é coisa de canalha que não entende que um dia pode ser ele a ter a liberdade de opinião roubada e a cabeça enchida de porradas.

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    2. Erra quem compara a ação dos estudantes com esquerdistas que querem revolução. Não é aceitável que um professor da São Francisco elogie um golpe de estado. Qualquer revolução de qualquer ideologia que derrube o governo vigente e a constituição, é um golpe de estado. Antes de simplesmente condenar os estudantes pelo seu preconceito estereotipado, pense no que foi o golpe e como ele foi contra tudo o que já se entendeu por democracia. Se o prof. tem a liberdade de se expressar, quem tira a liberdade de expressão dos alunos de contradizerem o prof? Quem pensa na violência da ditadura e o que ela representa, não se apega à direita ou à esquerda, porque as duas se contrapõem democraticamente na política, mas se opõe a qualquer movimento que procure acabar com as instituições democráticas. Nesse sentido eu apoio a ação dos alunos. (e não sou de esquerda, talvez o seja para os que não entendam o que isso significa e não tem argumento melhor). Se for para se perder na discussão de liberdade de expressão, democracia não pode ser vista como uma disputa constante entre essas liberdades, porém sem o uso da força física?

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    3. "...mas se opõe a qualquer movimento que procure acabar com as instituições democráticas".

      Não seja cretino. O professor em nenhum momento procurou "acabar com as instituições democráticas". Era uma droga de um discursinho. De muito mau gosto, mas ainda asim um discursinho.

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    4. Sim, mas seria melhor debater com o cara e derrubar seus argumentos, ao invés de simplesmente calá-lo.

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  4. Democracia não significa liberdade para dizer o que quiser, incluindo posições que destroem a concepção democrática. Também não cabe a exaltação explícita da maioria sobre a minoria. Isso já foi tratado inclusive por pensadores liberais, tais como John Stuart Mill em "On Liberty". É uma incompreensão atroz esse tipo de raciocínio postado no texto, como se as "opiniões" não tivessem força alguma ou fossem meros devaneios particulares sem efeito sobre um tecido social. Isso não é democracia e está longe de ser, para qualquer teórico do assunto. E também não é justiça...aliás, vide Rawls, um dos principais teóricos do assunto, e seus dois princípios fundamentais. Mesmo Sen, que em grande medida é crítico de Rawls, não concordaria com tamanho disparate de uma sociedade que defende até o direito do fascista em agir politicamente. Democracia alguma deve permitir isso. Isso não tem nada a ver com democracia. Sugiro antes de comentar qualquer coisa que não domine, sair do espectro do "eu acho" para algo mais consistente.

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    1. Volto à minha questão: a esquerda tem ou não direito de defender Fidel, Mao, Chavez, etc? Eu acho que sim, apesar de não concordar com eles.

      De acordo com vc (com vc, não com os caras que vc tá citando; pelo jeito vc não tem opinião, só replica o que outros falam), não. Ou vc acha que esses não são/foram ditadores?

      E as pessoas que defendem o Getúlio Vargas? Tem direito a fazer isso? Ou vc acha que ele não foi um ditador?

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    2. "...vide Rawls, um dos principais teóricos do assunto,"...kkk...esquerdinha detectado! Vai lá acender vela pros defuntos que preenchem os vazios da tua mente vai!

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    3. "Democracia não significa liberdade para dizer o que quiser, incluindo posições que destroem a concepção democrática."

      Quanta babozeira. Vai estudar filhão!

      A liberdade de expressão (democracia tem a ver com participação, indireta em geral, na formulação de lei e na administração pública) não é obviamente um direito absoluto. Está sujeito a certas restrições, mas nenhuma delas passa por não tolerar discursos (DISCURSOS) que elogiem regimes diferentes de governo. Isso não deve ser confundido com discursos que incitam ódio e pregam a revolta, o levante e a subversão das leis, pois esses não são comtemplados pelo direito à liberdade de expressão.

      O professor estava defendendo o levante de armas e a subversão pela força da democracia? Se sim, ele é passível de criminalização. Senão, ele tem todo o direito de comunicar suas opiniões; não na sala de aula mas aí a forma civilizada de impedir isso é entrar com uma representação contra ele nos orgãos da universidades e não agir como trogloditas.

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    4. Caro Mauro, como um acadêmico do gabarito que você é, imagino que saiba o valor das citações. Ou melhor dizendo, quão honesto é quem explicita de onde parte e quem toma como referência, afinal, como já disse Keynes a respeito dos economistas, creio que todos nós somos tributários de algum pensador (morto ou mesmo vivo).

      Quanto ao meu próprio pensamento, parece-me que já deixei claro o que entendo, mas tentarei esclarecer novamente. Tomo a liberdade de citar uma passagem de uma importante especialista sobre o assunto e que mostra como qualquer noção de democracia, presente ao longo da história humana ocidental, traz em si seus próprios limites. Na verdade, ela os impõe:

      GOYARD-FABRE, Simone. O que é democracia? Ed. Martins Fontes, 2003. "A democracia sempre foi desejável. A esperança da liberdade é sua força profunda e, como nenhum homem sensato pode racionalmente defender a servidão, ela está inscrita na essência da humanidade. Mas, em seu conjunto, a democracia é temível: para os povos bem como para os indivíduos, é árduo assumi-la, porque a liberdade tem limites e esses limites, que são a indicação da imperfeição dos homens, são difíceis de traçar de modo duradouro (...) Não são os artigos de uma Constituição que fazem a democracia" (p. 349).

      Com isso quero dizer que antes de mais nada é preciso valorar (sim, de atribuir sentido) a afirmações e posicionamentos. O caso do professor da USP é uma afronta a uma sociedade que se diz democrática, pois 1) ele deturpa a história em torno de sua fantasia paranoica a fim de criar um clima de revanchismo sequer existente; 2) ele incita uma apologia a um regime totalitário usando-se de uma prerrogativa democrática para tal; 3) usa de sua autoridade enquanto professor para proferir tais palavras, mas a mesma autoridade não permite questionamentos. O mesmo professor foi convocado a debater naquele mesmo momento. O mesmo professor agrediu os alunos que entraram em sua sala. O mesmo professor não demonstrou nenhum espírito democrático, nem em sua fala e muito menos em suas atitudes.

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    5. apenas continuando...

      É bom lembrar que a ditadura militar brasileira não é algo tão remoto assim. Suas raízes ainda estão em nossa sociedade, de inúmeras formas. O texto recente na Folha do Safatle ilustra bem isso e não preciso repeti-lo.

      No mais, é preciso antes de mais nada precisar os conceitos antes de sair por aí tirando conclusões. O primeiro desses governantes mencionados no comentário do Mauro, o Hugo Chávez, encaixa-se em qual conceito de "ditador" ? Ou usa-se desse termo apenas para satisfazer um ego ou interesse teórico-político? Gostaria muito de saber a respeito disso. Quando deixamos os textos ou abstrações teóricas metafísicas serem mais importantes do que as pessoas, erramos feio, erramos rude! Sobre os demais, gostaria de saber qual intelectual afirma serem bons os gulags ou as milhões de mortes de Mao? O próprio Zizek, um comunista declarado, disse que a experiência comunista do século XX nos trouxe muita coisa para pensar e criticar. No entanto, o ponto não é esse. Tanto Mao, quanto Stalin e outros, foram também intelectuais e esboçaram pensamentos a respeito de várias coisas. Estudá-los é preciso, assim como estudar os escravocratas, os técnicos que massacraram os indígenas na América Latina e os clérigos que tanto mal cometeram, mas que escreveram e produziram conhecimento. O mesmo vale para Getúlio Vargas. Estudá-lo não significa corroborar com sua gestão, nem necessariamente pedir uma ditadura naqueles moldes. Também não significa pedir isso avaliar positivamente aspectos realizados dentro de determinado projeto. A questão é: válido para quem? Para uma concepção democrática, é preciso antes de mais nada que os preconceitos são indesejáveis. E o que mais li aqui nesse blog e comentários foram preconceitos. Uns mais escancarados, outros menos. Porém todos agressivos.

      Por fim, gostaria de enfatizar que democracia não significa falar o que bem entender, muuito menos discursar nesse sentido. Entendo que qualquer discurso segregador, sexista, racista e fascista não deve ser tolerado em uma sociedade democrática. E isso felizmente já ocorre em muitos países com níveis avançados nesse debate, tais como os escandinavos. Democracia é, antes de mais nada, pensar-se enquanto democracia e não aceitar simplismos absurdistas, tais como, "sou livre para dizer o que quiser", "é minha opinião", entre outros. Depende...vc é livre desde que sua liberdade não interfira a dos demais. Além disso, seguindo a linha dos liberais igualitários já mencionados, pensar apenas em liberdade negativa é empobrecedor. É preciso acima de tudo pensar em uma sociedade democrática que garanta cada vez mais as liberdades positivas para seus cidadãos. E aqui, repito, fiz questão de pautar os argumentos com base em autores liberais (a exceção do Zizek), pois sei que a conversa só poderá fluir de alguma maneira com vcs através disso.

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    6. "Entendo que qualquer discurso segregador, sexista, racista e fascista não deve ser tolerado em uma sociedade democrática".

      Comentário: vc vai ser da comissão que decide isso?

      "vc é livre desde que sua liberdade não interfira a dos demais"

      Comentário: vc vai ser da comissão que decide isso?

      "Quando deixamos os textos ou abstrações teóricas metafísicas serem mais importantes do que as pessoas, erramos feio, erramos rude! "

      Comentário: ?????????????????????

      "E isso felizmente já ocorre em muitos países com níveis avançados nesse debate, tais como os escandinavos"

      Comentário: ?????????????????????



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    7. " Entendo que qualquer discurso segregador, sexista, racista e fascista não deve ser tolerado em uma sociedade democrática. "
      Hein???
      Eu acho que o Anônimo que mistura Mill com Zizek não leu o primeiro direito (ou melhor, não leu).
      Mill abomina qq restrição à livre expressão! (A única exceção é a incitação direta à violência. Aí o princípio de não-agressão seria violado)
      O professor do direito, o Bolsonaro e todos mais são uma cavalgadura e - por isso mesmo - tem o direito de se manifestar livremente.
      Aí vai um vídeo de 1min e meio que diz tudo: https://www.youtube.com/watch?v=HQ3VcbAfd4w

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    8. Unknown,

      É aí que mora o perigo: quem vai determinar o que é aceitável e o que não aceitável?

      Suponha agora que se torne ilegal defender a ditadura (o congresso aprovou uma lei). O que os alunos do direito fizeram se justifica? Eles não estariam fazendo justiça com as próprias mãos? O que diferencia isso daqueles caras que prenderam o sujeito com a trava de bicicleta no RJ?

      Ah, suponha agora que vc entre em um bar e tem um cara bêbado dizendo "Esse país é uma pouca vergonha; na época da ditadura é que era bom". Vc chama a polícia para prendê-lo?

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    9. Anônimo 10:09: sensacional esse vídeo!

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  5. Concordo, Mauro. Todas as democracias baseiam-se, em maior ou menor grau, na regra da maioria. A minoria deve ter o direito de expressão, mas obviamente não determina a condução das políticas. Mas o caso na São Francisco é lamentável, sim, na minha humilde opinião.

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  6. "...quão honesto é quem explicita de onde parte e quem toma como referência, afinal, como já disse Keynes a respeito dos economistas, creio que todos nós somos tributários de algum pensador (morto ou mesmo vivo)."

    Comentário: o problema é quando nada do que você diz parte da sua cabeça mas da de algum economista morto. Ou seja: que droga quando se é escravo de defunto.

    "O próprio Zizek, um comunista declarado, disse que a experiência comunista do século XX nos trouxe muita coisa para pensar e criticar."

    comentário: Essas experiências insanas deixaram um rastro de morte, fome e pobreza. a única coisa sensata a se pensar é que isso é uma tremenda m.. que nenhum ser humano pensante devia jamais considerar.

    "Estudá-los é preciso, assim como estudar os escravocratas, os técnicos que massacraram os indígenas na América Latina e os clérigos que tanto mal cometeram, mas que escreveram e produziram conhecimento."

    Comentário: espantalho. Quem falou que não era pra estudar? Estamos falando em defesa dos regimes inspiradas pelo "conhecimento" que esses assasinos criaram.

    "Também não significa pedir isso avaliar positivamente aspectos realizados dentro de determinado projeto."

    Comentário: claro, porque pra esquerdalha a privação da liberdade é sempre um preço razoável a se pagar por comida, saúde e educação, como em Cuba né?

    "Por fim, gostaria de enfatizar que democracia não significa falar o que bem entender, muuito menos discursar nesse sentido. Entendo que qualquer discurso segregador, sexista, racista e fascista não deve ser tolerado em uma sociedade democrática."

    Comentário: Errado! Por mais odiáveis que esses discursos sejam eles devem ser tolerados sim; é o preço do direito à liberdade de expressão. Eles devem ser destruidos pelo argumento e pela informação, nunca pela força da lei.

    "Além disso, seguindo a linha dos liberais igualitários já mencionados, pensar apenas em liberdade negativa é empobrecedor. É preciso acima de tudo pensar em uma sociedade democrática que garanta cada vez mais as liberdades positivas para seus cidadãos."

    Comentário: blá, blá. Fala logo que você acha que todo mundo tem que ter direito a comida, casa e roupa lavada. Quem vai pagar por essas "liberdades positivas" filhão, porque elas custam dinheiro sabia?

    "E aqui, repito, fiz questão de pautar os argumentos com base em autores liberais (a exceção do Zizek), pois sei que a conversa só poderá fluir de alguma maneira com vcs através disso."

    Comentário: ????








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  7. Não tolerar é igual a proibir ou impedir. Você acha que devemos ter temas ou opiniões proibidos? Ou somente estimular um ambiente impeditivo para a expressão e o debate?
    Autoritário esse rapaz...

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  8. Na mosca Mauro!

    "I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it"
    http://en.wikipedia.org/wiki/Evelyn_Beatrice_Hall

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  9. A raça humana matou um montão de gente e outros bichos. Vamos proibir quem apoia a raça humana.

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  10. Prof. Mauro, te admiro muito.

    No entanto, acho que nessa análise faltaram alguns pontos importantes.

    A questão não é a liberdade de expressão, e sim que o local e dia são inapropriados. Como um amigo disse, não se vai no Museu do Holocausto protestar pelo Estado Palestino, por mais legítima e justa que seja a questão.

    (Inicialmente, acho que uma aula é para se ensinar, não para discursos políticos, seja de esquerda ou direita. Isso não significa que a aula deve ser apolítica, mas não dá para se comparar uma aula de Economia Monetária, que comenta a política atual do BC, com uma aula de Física Quântica em que o professor decide ler uma carta de elogio ao Nixon ou ao Mao, por exemplo).

    A questão é que tanto ele como o Bolsonaro (com o discurso na Câmara) usaram da sua autoridade (Guadalazzi como professor e Bolsonaro como deputado) para fazerem seu discurso, só que, previsivelmente, houve uma reação dos presentes (com Bolsonaro viraram as costas e, por quebra de decoro, a sessão foi encerrada). Por outro lado, ninguém interrompeu as diversas Marchas da Família que aconteceram, por exemplo.

    Eu escutei de algumas pessoas da SanFran, embora não pude confirmar, que essa não é a primeira vez que ele fez algo assim. Disseram que é meio recorrente. Porém, no aniversário de 50 do Golpe, os estudantes decidiram intervir. Dizer que ele não pode ser interrompido uma vez, é como dizer que nunca se pode protestar na Paulista porque interfere no direito de ir e vir.

    Não sei se o sr. viu o vídeo completo (http://www.youtube.com/watch?v=zpZ-CpjkZXM). Veja que o grupo chamou o professor de volta para debater o assunto, para que escutasse o outro lado. Porém, ele não voltou. Posso entender que ele ficou "acuado", embora convenhamos que ninguém iria agredi-lo (pelo contrário, ele foi o único que tirou tentar os capuzes dos estudantes e quase bateu em um). Assim, a liberdade de expressão é ele usar da sua autoridade em sala e falar o que quiser, sem abrir o debate ? Ele poderia ter organizado um evento para defender a ditadura ou então um debate explicando com os dois lados. Aí vai quem quer, é um evento à parte (não uma aula)... Se tivessem negado o direito dele fazer esse evento, eu poderia concordar que cercearam a liberdade de expressão dele.

    Att.

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