domingo, 20 de abril de 2014

Sargent

Além do conteúdo, o bom economista deve comunicar suas ideias de maneira clara, sucinta e ir direto ao ponto. Sem enrolação. Um excelente exemplo é o discurso de Thomas Sargent (Nobel de Economia em 2011) na formatura de Berkeley em 2007, com apenas 335 palavras.

I remember how happy I felt when I graduated from Berkeley many years ago. But I thought the graduation speeches were long. I will economize on words. 
Economics is organized common sense. Here is a short list of valuable lessons that our beautiful subject teaches. 
1. Many things that are desirable are not feasible. 
2. Individuals and communities face trade-offs. 
3. Other people have more information about their abilities, their efforts, and their preferences than you do. 
4. Everyone responds to incentives, including people you want to help. That is why social safety nets don’t always end up working as intended. 
5. There are tradeoffs between equality and efficiency. 
6. In an equilibrium of a game or an economy, people are satisfied with their choices. That is why it is difficult for well-meaning outsiders to change things for better or worse. 
7. In the future, you too will respond to incentives. That is why there are some promises that you’d like to make but can’t. No one will believe those promises because they know that later it will not be in your interest to deliver. The lesson here is this: before you make a promise, think about whether you will want to keep it if and when your circumstances change. This is how you earn a reputation. 
8. Governments and voters respond to incentives too. That is why governments sometimes default on loans and other promises that they have made. 
9. It is feasible for one generation to shift costs to subsequent ones. That is what national government debts and the U.S. social security system do (but not the social security system of Singapore). 
10. When a government spends, its citizens eventually pay, either today or tomorrow, either through explicit taxes or implicit ones like inflation. 
11. Most people want other people to pay for public goods and government transfers (especially transfers to themselves). 
12. Because market prices aggregate traders’ information, it is difficult to forecast stock prices and interest rates and exchange rates. 
 Fonte: Business Insider

23 comentários:

  1. Excelente. .mais realista e pragmático que os 10 princípios de Economia do livro de Introdução do Mankiw.

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  2. 12 é falso. Taxas de juros podem ser previstas.

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  3. O que você acha dessa resposta do Noah? http://noahpinionblog.blogspot.com.br/2014/04/not-summary-of-economics.html Achei um bom contra-ponto.

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  4. Só não coloco o Sargent como minha foto do perfil pq tá a do Lucas atualmente, mas o Sargent é pica demais

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  5. Isso não foi um contraponto, mas sim uma destruição do Ssrgento. Bem merecida, aliás.

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    1. Para de falar merda, seu esquerdismo tá lhe contaminando, seu novo-keynesiano de quermesse.

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    2. O Noah é um irrelevante falando coisas irrelevantes.

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    3. Só leia o artigo e tire suas próprias conclusões. Ele fala um monte de coisa bem razoável. Por exemplo, sobre o segundo teorema do bem-estar e o tradeoff entre eficiência e igualdade. Leia os comentários que fizeram no blog dele. Tem mais um monte de problema nos pontos do Sargent.

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    4. Não sei quem é mais irrelevante aqui, o Noah ou esse o "O" anonimo. Dois lixos sem contribuição alguma, cujos grandes feitos são polêmicas em comentários de blogs.

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  6. Caros,
    Boa discussão! Li o post do Noah. Sinceramente, não gosto desse negócio de tentar entender o que o Sargent quis dizer. Parece essa galera pós-keynesiana tentando entender o que o Keynes quis dizer.

    E com relação ao ponto do Segundo Teorema, ele só vale na presença de impostos e transferências lump-sum, ou seja, na Terra do Nunca. Na ausência de impostos lump-sum, tem sim tradeoff entre eficiência e equidade.

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    1. Mauro sempre com bons comentários.

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    2. Mauro, no estágio atual de nossa sociedade, vc acha de verdade que aumentar a equidade diminuiria a eficiência? Com essa beleza de produtividade, melhor não arriscar, né?

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    3. Não sou economista, mas trabalho com "pessoas", em várias partes do país, e já morei/trabalhei em alguns outros. A baixa produtividade do brasileiro é brutal, assim, de sentar e chorar.

      Na minha visão de não-economista, com equidade melhoramos essa situação. E, com equidade, quero dizer "boas condições de saúde e educação a todos, e alguma rede social pra nunca ninguém morrer de fome". Não todo mundo ganhar igual.

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  7. Para todos: ficar falando que qualquer pessoa que discorda de qq ponto do Lucas e do Sargent é esquerdinha/imbecil/UFRJ/Unicamp é ridículo. Tem gente muito boa (melhor do que eu e vcs juntos) que discorda da teoria "neoclássica" (odeio esse termo), com bons argumentos, e sem xingamentos. Deveria haver uma moderação nos comentários, para retirar comentários inócuos e/ou mal educados.

    Em dito isso, Mauro: qual é o ponto desse pessoal, tipo Sargent, Cochrane et all? Não querendo soar como o Krugman, mas em TODOS os comentários que eles fazem dão um jeito de falar mal de políticas sociais, e sempre com um discurso que soa, muito suspeitosamente, em favor dos tais 0,1%. Até numa m*** de discurso de graduação o cara pega e fala que tem que cortar benefício social!



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    1. Sinceramente, não acho que dá para inferir, do discurso do Sargent, que ele é a favor de contar benefícios sociais.

      Minha leitura é: na hora de propor políticas públicas, é necessário antecipar a reação dos agentes (é para isso que teoria econômica serve nesse caso). Parece-me algo mais relacionado à crítica de Lucas, do que um ataque a políticas sociais/distributivas.

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    1. Sério isso? poderia esperar isso do O mas nunca do Mauro ..... pqp

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    2. Mauro, sobre o comentário que fiz anteriormente... não faz sentido entender que a diminuição da desigualdade faz os pobres se manterem mais saudáveis, adquirirem mais habilidade, fazer a mesma coisa para seus filhos, e a eficiência (produtividade) da sociedade aumentar?

      Um modelo matemático hermético, bonitão e elegante, pode me dizer que não, mas, no nosso Brasilzão, isso pra mim faz todo o sentido do mundo.

      Não?

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    3. nessa linha tem um canal interessante. suponha que os indivíduos se defrontem com restrição ao crédito para acumular capital humano (educação), mas a distribuição de talento independe da renda. suponha ainda que há complementaridade entre talento e educação.

      nessa situação, pobres relativamente talentosos deixam de se educar, e ricos pouco talentosos acabam se educando. isso é ineficiente, dada a hipótese de complementaridade entre talento e educação.

      redistribuir renda pode melhorar isso. lógico, precisa pesar também a potencial ineficiência da taxação.

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  9. Mauro,

    Sobre 6: "In an equilibrium of a game or an economy, people are satisfied with their choices."

    Acho que teu penúltimo post, de política industrial e equilíbrio de Nash ruim, mostra um contra exemplo disso.

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