quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Dê uma cenoura para sua paquera (ou Incentivos em "Dating Markets")


Nada de DSGE nem nenhuma análise profunda por um tempinho de minha parte. O que trago agora é esse achado: um site onde homens trocam presentes em troca de um primeiro encontro (a date). O site é o Carrot Dating. O site é claro na sua motivação: usar propina (bribe) para conseguir a atenção e um primeiro encontro com a sua escolha preferida ("first best").

Não cai abaixo de 5,5% (difficile)

Eu andei rodando esses modelos dsge com preços rígidos, usando dados do Brasil pra estimar os parâmetros bayesianamente. Rodei 3: um que é o Smets-Wouters cheio de penduricalhos, o outro que é esse mas sem aquela bizarrice de calvo wages que torna imensa a equação dos salários (o salário nesse segundo é simplesmente marginal rate of substitution), e o terceiro que não tem capital (a equação de euler é com y ao invés de c por conta disso) e só tem rigidez de preços e uma inércia inflacionária.

Em todos eles a inflação cai, mas lentamente, indo pra 5.5% (na margem) no fim do ano que vem.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O Legado da Pedagogia do Oprimido...

Redação do Enem 2013 enviada ao blog por Miss Perez, uma das nossas fãs (temos muitas, if you must ask...) :


Não gosto das prescrições de policy no fim (mais intervenção estatal? Really?). Mas mérito deve ser dado ao estudante. Demonstrou já entender, ainda que de forma rudimentar, conceitos importantes em economia: efeito substituição e imposto Pigouviano -- assumindo, para o caso do imposto, que mortes no trânsito são necessariamente subprodutos (externalidades) do consumo de álcool...which is not.

Salvo uma penalização brutal por possível desvio de tópico, não duvido que receba nota acima da média.

Quem souber o endereço do/a autor/a, por favor nos informar. Queremos enviar uma cópia desse livro de desintoxicação aqui para ele/ela.


D. S. G. E.

Modelos DSGE (Dynamic Stochastic General Equilibrium) estão se tornando uma ferramenta básica de análise em bancos centrais ao redor do mundo. O Brasil inclusive possui sua versão -- o SAMBA.

Tais modelos possuem duas características interessantes. Primeiro, são microfundamentados (têm como base o modelo neoclássico de crescimento), escapando em parte da crítica de Lucas. Segundo, permitem uma série de fricções (como rigidez de preços e salários), as quais abrem espaço para política monetária. Dessa forma, são uma baita ferramenta para entender efeitos quantitativos de política macro.

De qualquer modo, modelos DSGE se mantêm artificiais em diversas dimensões (veja, por exemplo, a crítica do Solow). Para acomodar outros aspectos, tais modelos vêm se tornando cada vez mais complicados. Por exemplo, em parte por conta da crise, tem-se buscado também incluir aspectos relacionados ao setor bancário, housing e mercado de trabalho. Isso faz sentido: ao tornar o modelo mais realista, podem-se obter previsões mais acuradas dos efeitos macro de choques de política fiscal ou monetária, informando melhor o policymaker em sua tomada de decisão.

Além disso, o custo computacional de se estimar esses modelos é hoje relativamente baixo -- em especial depois do advento do Dynare.

No entanto, a academia parece estar perdendo interesse por esses modelos, apesar do seu sucesso nos bancos centrais. Dei uma passada de olho nas edições recentes dos top 5 journals de Economia, e não encontrei muita coisa (com exceção de papers metodológicos sobre estimação de DSGE).

Minha história para esse descompasso é a seguinte: acadêmicos estão interessados em entender mecanismos. Nesse sentido, é usual considerar modelos canônicos, com uma fricção em particular. Assim, pode-se estudar o efeito dessa fricção, isolando de outras potenciais explicações. Mas o resto do modelo permanece super simples.

Os modelos DSGE mais recentes incorporam uma miríade de aspectos diferentes. Dessa forma, produzem previsões mais robustas, mas dificultam sobremaneira a interpretação dos resultados.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A Dilma mudou?

BC subindo juro, já subiu 225 e vem mais.

Petrobrás planejando gatilho, para preço não ficar defasado.

Mantega e etc falando que crédito público vai focar mais, vai reduzir velocidade de expansão.

Arno na geladeira.

Senado levantando tese de BC independente.

Delfim atacando governo no Valor, falando do fiscal.

O que significa isso tudo? Poeira no olho do eleitor, ou aprendizado que politica econômica heterodoxa não funciona?



segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Leilão do campo de Libra: sucesso ou fracasso?

                                         Fonte: The Economist

O blog passou batido nesse assunto do leilão da Petrobrás. Não era a expertise de ninguém aqui (até onde sei) e as informações disponíveis eram meio obscuras e às vezes até conflitantes. Mesmo atrasado, vale a pena ao menos mencionar matéria da The Economist sobre o assunto em sua última edição. Trecho: 
"The presence of Shell and Total in the winning consortium allowed the government to declare the auction a success. But whereas it had expected more than 40 firms to register to take part, only 11 did. And although it had expected at least six consortia to bid, the winning offer—of the minimum eligible amount—was the only one made. The lack of competition was a let-down after the euphoria of six years ago, when the president of the day, Luiz Inácio Lula da Silva, described the pré-sal finds as a “winning lottery ticket”. During the long wait while auction rules were rewritten and federal and local governments squabbled over how to share the eventual proceeds, shale oil and gas displaced pré-sal as the world’s most exciting energy prospect. Most private-sector interest evaporated. BG, BP, Chevron and Exxon, which have spent heavily in Brazil, did not register to bid."
Além da venda pelo lance mínimo, dois pontos importantes levantados pela reportagem sugerem que o leilão, apesar de não ter sido um fracasso, foi um mau negócio para o governo:  
  • Uma privatização convencional casada com um simples aumento do imposto de produção geraria o mesmo retorno para o governo e teria provavelmente aumentando a concorrência e elevado o "preço";
  • As regras que obrigam a Petrobrás a operar a exploração de todos os campos da área do pré-sal pode ser uma armadilha que, pelo custo monumental que tem, obrigará a empresa a desistir de outros projetos mais rentáveis.


Geração diploma


A BBC Brasil tem uma interessante reportagem sobre a decepção das empresas com a qualidade da mão-de-obra brasileira (link aqui). Vale a pena resumir o que, segundo especialistas mencionados na reportagem, seriam as principais causas para tal decepção (coloco trechos logo abaixo). São três:

1. Baixa qualidade dos cursos universitários.
"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."
2. Problemas de atitude/adaptação ao "mundo do trabalho".
"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade", diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.
3. Desalinhamento entre oferta e demanda.
"O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes", diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.

As políticas econômicas de esquerda estariam perdendo apelo na América Latina?


Aparentemente sim. Esse é o ponto que a BBC tenta fazer nessa matéria aqui. O artigo discute a insatisfação crescente na América Latina (sobretudo de Venezuelanos e Argentinos) com as políticas econômicas heterodoxas. 

Vale a pena ler sobre os detalhes do controle de preços feito na Argentina. Excelente exemplo de "Economics 101" epic fail.

domingo, 27 de outubro de 2013

"Ismália", de Alphonsus Guimaraens

Quando Ismália enloqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

Top 1% e ganho de escala

Antes, esclarecimento importante sobre comentários de alguns leitores.
Não, regulamentar mais estritamente operações no mercado financeiro não gerará mais rent-seeking. Aliás, comportamento oportunista foi o do lobby financeiro nos anos 1990, de demolir regulamentação justo no mercado mais propenso a problemas de assimetria informacional. Aviso: Economistas neoclássicos, se vocês não atentarem mais para falhas de mercado vamos seguir passando por neobobocas e na luta contra a heterodoxia sairemos prejudicados. Alguns mercados falham sim, com destaque para o de crédito.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Por que exportamos nosso melhor café?


Países tendem a exportar bens de alta qualidade, e deixar as versões piores para o mercado interno. No Brasil, o caso clássico é o do café, sendo o tipo exportação de qualidade muito superior ao que estamos acostumados a consumir no dia a dia.

Podemos especular uma série de razões para esse fato -- por exemplo, diferenças no poder de mercado dentro e fora do país, ou preferências diferenciadas (gringos gostam mais de café de alta qualidade e brasileiros não se importam tanto). Mas um mecanismo bem mais simples (creditado a Alchian e Allen) nos ajuda a entender o fenômeno. A parte crucial é que há um custo fixo de exportação, ou seja, que não depende do valor exportado.

Educação no Brasil: mudando para não mudar?

1967

2013


Top 1%, parte 2 (brevissimo)

O Joseph S. no livro dele The Price of Inequality, diz que o problema é que os EUA viraram uma economia de rent-seekers. Ele acha que isso fez o pessoal do 1% abocanhar 20% da renda total.

Mas aí, como o Mankiw bem notou, a politica ótima não é simplesmente aumentar impostos, e sim tentar conter os processos que geraram esse aumento de rent-seeking. A maioria das reclamações, claro, não são contra gente como o Jobs, mas contra os ganhos estratosféricos dos mercados financeiros. Mas se for isso, Joseph, então a proposta ideal é aumentar regulamentação e forçar uma mudança na politica de bônus que alinhe incentivos: pagar o bônus a conta gotas e dependendo do resultado futuro de uma operação lucrativa no curto prazo.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Top 1%


Esse tema sobre desigualdade é meio vasto. Vou comentar um pequeno aspecto dele aqui, que vem da pesquisa do Piketty, Saez e Atkinson (eles têm vários papers, recomendo ler o JEP summer 2013 e pegar mais referencias lá).

A renda dos 1% mais ricos nos EUA saltou de 10% p/ 20% do total em 30 anos. Nos países da Europa, a alta foi MUITO menor, na verdade a historia geral para o Velho continente é de quase estagnação ali na vizinhança de 10%, com Alemanha um pouco acima disso e França um pouco abaixo.

Enquete

Mudamos a enquete ao lado. Corrigimos o anglicismo da pergunta original que irritou o pessoal do Aldo Rebelo e "despoluímos" uma das opções que misturava ensino e literatura acadêmica.

Desculpa aos que votaram anteriormente. Por favor votem novamente. A enquete fica no ar até o dia 7 de Novembro.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Pode regulação governamental causar abstinência sexual? O caso do Japão


Uma olhada nas análises dos dados demográficas de países desenvolvidos e até os subde..oops, digo "em desenvolvimento" revela a existência de ao menos três tendências:

Bretton Woods



(Hat tip: Drunkeynesian)

O "código de ética" do futebol e os salários dos jogadores



Os principais clubes brasileiros possuem um acordo visando eliminar o "assédio" aos jogadores de suas categorias de base. No Brasil, o primeiro contrato profissional só pode ser assinado aos 16 anos. Isso implica que, quando chega a essa idade, um garoto está livre para assinar com qualquer time. E seu time formador fica sem qualquer compensação, caso não cubra a melhor oferta do mercado. Esse "código de ética" foi estabelecido com o objetivo de proteger o clube formador da concorrência.

Term premium nos EUA

Com os 10 anos fechando, o term premium (metodologia do Kim e Wright) voltou a zero. Não tem cabimento...


Politically Correct

I miss the time when this type of joke was common:


terça-feira, 22 de outubro de 2013

O trânsito no Brasil: os radares de velocidade são eficazes para evitar acidentes de trânsito?


Em um post anterior, que pode ser encontrado aqui, levantei algumas questões a respeito da ineficácia das políticas contra acidentes de trânsito no Brasil. Minha tese geral é que a política de trânsito no Brasil carece de dados e estudos técnicos que justifiquem as decisões que são tomadas. Comecei a discutir esse assunto neste post aqui.

Minha indignação em particular é sobre a (in)eficácia dos radares eletrônicos para evitar acidentes de trânsito. Obviamente, se a função objetivo da autoridade de trânsito for a arrecadação de multas, os radares parecem ser muito eficazes.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A grama do vizinho


Muita gente, acadêmicos, colunistas, políticos ou outros participantes do debate público, atribui as mazelas da política contemporânea – a incapacidade do governo de resolver problemas cruciais do país e a apatia, desconfiança e alienação dos cidadãos em relação à política – às debilidades de nossos partidos políticos. Congressistas estão tão interessados na própria reeleição que não cuidam nem são capazes de pensar no bem público. O governante, mais preocupado com a sua popularidade pessoal, reserva pouco tempo para lidar com os problemas da nação, enfrenta dificuldade para formar maiorias congressuais necessárias à aprovação dos projetos encaminhados ao parlamento ou à construção de acordos construtivos com o Congresso.

Contra o Optimal Control

Em algum post anterior eu expliquei (parca e porcamente, como sempre) que a política ótima no zero lower bound implica num problema de time inconsistency. O ideal é os juros permanecerem baixos por tempo prolongado mesmo depois que a economia se recupere (inflação e desemprego de volta ao steady state), mas há o problema de fazer essa política ser crível, já que ela implica em overshoot de inflação (e emprego).

Fala do Mantega (muy amigo)


“Se ele  precisar elevar, ele vai. Agora é preciso saber se
ele quer elevar. O mercado é que está dizendo. Eu
não vi o BC falar nada disso. Você viu o BC? Não
confunda o BC com o mercado. Mas é claro que o BC
tem a liberdade para fazer o que achar o
necessário”.

domingo, 20 de outubro de 2013

BC formalmente independente?


Contra ou a favor de uma proposta de reforma que dê independência formal ao BC?

Para os economistas mais liberais como eu, a resposta é "a favor, óbvio".  Mas na verdade não é nada assim tão óbvio,ou não deveria ser. Para começar, a evidência empírica é muito frágil aqui, pois não há como separar direito "BC formalmente independente" de outras variáveis que levam a uma inflação controlada, dado que normalmente uma atitude anti-inflação vem com um monte de coisa misturada, como uma política fiscal mais séria, por exemplo. O tão citado artigo do Alesina e Summers, no JMCB 1993 é apenas uma correlação, nada mais, não prova causalidade.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Nobel e o Twitter


Uma das grandes contribuições do Prof. Fama, ganhador do Nobel na última segunda-feira, foi a Hipótese dos Mercados Eficientes. Grosso modo, ela diz que o preço de uma ação reflete toda a informação pública relevante sobre a empresa. Nesse caso, o preço de qualquer ação nesse exato momento é o preço "justo" dadas as informações atuais.

Where's my post, damn?!?

Fuck you all, god damn it!
I wrote a post about Serra and Mantega and it is gone!
Who deleted it? You fags are afraid of these politicians who know nothing about Economics???
Man, it is disgusting...i am out of here

Ata do Copom e DI-JAN15

Saiu ontem.

Novidades=0

Como não falou que o gato subiu no muro, aumentou a chance de não parar na próxima. As pessoas precisam avisar da subida no muro. Então talvez na próxima, em dezembro, ele suba 50 pts de novo e avise do gato. aí no comecinho de 2014 ele pára, dando uma altinha de 25. Eu sei lá se vai ser assim, mas parece.

Porém...

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Mauro e X, leiam isso aqui

http://krugman.blogs.nytimes.com/2013/10/16/fallacies-of-immaculate-causation/?_r=0

Altruísmo é egoísmo disfarçado?

É possível ser alguém "do bem" sem ser altruísta? Altruísmo é a ação desinteressada pelo bem-estar alheio. É a ação que beneficia outra pessoa mas traz apenas custos para o sujeito que a pratica. Logo, para ser genuinamente altruísta a ação não pode estar motivada por qualquer tipo de benefício pessoal, nem no curto nem no longo prazo.

É natural então se perguntar: existe altruísmo?

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

I am writting a book w/ CESG

One of our dearest readers complained about my absence. I want to explain my lack of commitment. No joking: me and CESG (the correct would be CESG and I), we are writting a book on economics.

O que X e Paul Krugman têm em comum

Além de serem grandes economistas, usam uma tática comum em sua interação com peers: bullying.

Niall Ferguson, de Harvard, comprou briga com PK. Recentemente escreveu uma série de artigos no Huffington Post detalhando a estratégia do Krugman. Em linhas gerais, a tática envolve:

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O seleto clube dos campeões mundiais

Quando se trata de Copa do Mundo, sempre ouvimos falar do seleto grupo de campeões. De fato, suas 24 edições até o momento produziram "apenas" 8 países campeões. "Apenas" aparece entre aspas porque o propósito deste texto é exatamente discutir se este número é pequeno ou não. A conclusão é que não há nada de excepcional nesse número.

Dilma no dia das crianças




COMPLÔ CONTRA O "X"

HÁ UM COMPLÔ ARMADO CONTRA O ECONOMISTA X;

NESSE BLOG OS ECONOMISTINHAS MAURO, SERGIO, RODRIGO E AGORA BRUNO, ME ATACAM INJUSTAMENTE;

EU, X, ENSINEI MUITA COISA A ELES QUANDO ERAM MEUS ALUNOS E HOJE EM DIA CORRIJO OS ERROS QUE ELES COMETEM AQUI. NEM SEMPRE FALAM MERDA, MAS AS VEZES FALAM.

Ah, Delfim...(Valor, hoje)

Olha, Delfim, pode até ser que haja externalidades, mas o fato de os projetos de infraestrutura demorarem para dar retorno não é sinônimo de existência de externalidade positiva não.

Segundo, você diz lá: se a modacidade tarifária ótima for diferente da possível, o governo deve entrar cobrindo a diferença. Não, Delfim, está errado isso. Quem deve pagar pela infra é quem dela se beneficia diretamente, não o contribuinte genérico.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

domingo, 13 de outubro de 2013

O puzzle dos seguros de carro

Meu primeiro post nessa terra de ninguém. Espero que esse tal de X não venha me bullshitar. Pelo o que tenho lido por aqui, é só isso que ele faz. Já aviso que comigo o contra golpe será seco, direto, letal.

Aviso feito, vamos lá. Em Economia chamamos de "puzzle" aquele fato empírico bem documentado que não consegue ser explicado pelos nossos modelos canônicos. A partir deles a teoria econômica vai evoluindo, quase sempre a duras penas.

Os dois equívocos do Nilson Teixeira (ESTADÃO, DOMINGO)

O Nilson é um economista de qualidade, e tem acertado bastante o cenário, além de levantar críticas pertinentes. Mas todos erramos...

O primeiro erro que ele comete na entrevista é defender uma meta de inflação na casa dos 2,5% a 3%.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Indique se for capaz

A. Um governo no Brasil neoliberal desde 1930.
B. Um governo no Brasil sem um forte viés esquerdista desde 1930.

Pense bem, para não escrever bobagem.

Conspicuous consumption

Definição do New Palgrave (dicionário de Economia):
"Conspicuous consumption means the use of consumer goods in such a way as to create a display for the purpose of impressing others rather than for the satisfaction of normal consumer demand. It is consumption intended chiefly as an ostentatious display of wealth." (F. Stanković, from The New Palgrave Dictionary of Economics, Second Edition, 2008)
Recentemente o New York Times publicou um artigo documentando que brasileiros andam gastando os tubos com a realização de eventos (como festas de criança e casamentos) nos Estados Unidos (veja aqui).

Inconsistência temporal

A Fazenda, em nova tacada genial, vai fazer mais um Refis.
Pra quê?
Pra tentar amolecer as agências de rating que estão avisando que esse fiscal aí vai levar a rebaixamento. Aí o Mantega tenta tapar o buraco com uma grana once-and-for-all negociando dívidas atrasadas das grandes empresas.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"A vida é curta: divorcie-se! "

Não; esse post não é uma apologia do divórcio. Há aliás uma longa literatura sobre os efeitos do divórcio -- nada agradáveis -- no então casal e nos filhos (uma resumo da literatura pode ser achado aqui). O título na verdade faz alusão à uma campanha de marketing de um escritório de advocacia. Veja a foto aqui. Ah, o que esses advogados não fazem por dinheiro! Enfim..

Casamento e divórcio são decisões importantes e de interesse para os economistas.

"Dando continuidade ao processo..."

bla bla bla....

bom, o BC não avisou que está prestes a parar no comunicado emitido depois da reunião do copom de ontem.

as pessoas, bayesianas, revisaram as apostas pra cima

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Seguro de carro

Motoristas frequentemente param seus carros em estacionamentos pagos, seja por comodidade ou segurança. Mas a disponibilidade de seguro pode desincentivar essa decisão, dado que a pessoa sabe que receberá o dinheiro em caso de roubo, mesmo que tenha estacionado seu carro na rua. No fim isso faz com que mais pessoas deixem seus veículos na rua, elevando o número de roubos e pressionando os custos das seguradoras, que acabam sendo repassados em parte para o preço do seguro.

Luiz Ruffato na Alemanha

Esse não é um post de economia.

O Luiz Ruffato, para quem não sabe, é um escritor brasileiro de grande qualidade. Foi lá esses dias junto com uma comitiva de 70 na Buchmesse de Frankfurt, que homenageou o Brasil esse ano.

Seu discurso foi na minha opinião uma peça lamentável. Ao invés de falar da literatura brasileira, ou da sua experiência como escritor, ele quis falar de Economia. Largou um "capitalismo selvagem" e outras besteiras do tipo.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

VACANCES

I am sort of tired of this Blog; people here are annoying, do not listen, are too proud to learn  from someone as intelligent, smart and sharp as I am.

I will go to USA, MA, to visit Antoninho, reread Salinger and get some rest.

Neoliberal

1. Factóide esquerdopata. Sujeito indeterminado, já que se desconhece no mundo quem se declare como tal, inventado por esquerdistas e esquerdopatas para travar um diálogo sem interlocutor.
2. Diz-se daquela política que desagrada esquerdistas e esquerdopatas.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Never ending tapering story

Suponha que o bernanke não pode dizer que QE distorce demais o mercado, ou que QE é inútil (como recentemente aprendemos), porque isso pega muito mal para o Fed. Daí, ele sabe que se fizer tapering, o mercado vai entender que ele está hawkish, e vai precificar alta de juros mais cedo (signalling do tapering sobre o tipo do fed). Isso é contrário ao que o bernanke quer, portanto ele vai adiar o tapering o máximo que puder.

Dúvida sobre post do Mauro

Não entendi direito um post do Mauro. Não aquele em que um anônimo desce o cacete nas minhas sensacionais aulas de graduação (Fiquei, sim, magoado. Com os ótimos alunos que tenho, sempre estou motivado a caprichar o máximo nas aulas. Achei que estava arrasando com o meu Inglês.Foi uma surpresa ver que esse aluno não gostou da matéria...prometo que vou melhorar), mas aquele sobre câmbio.

Prêmio Nobel de Economia de 2013: Apostas

Em quem você apostaria?

sábado, 5 de outubro de 2013

Worst brazilian economists of the 21th century

1 - Dilma (for thinking what she learned at UNICAMP is economics, for following UNICAMPERS advice about macro policy and delivering a wonderful combination of a 6% s.steady inflation coupled with 2% gdp growth) -- THANKS A LOT

2 - Mantega (for lamenting the only thing he did right in this century, namely, the 2011 tightening of fiscal and monetary policy)

Quando o tiro sai pela culatra

Comercial de TV veiculado como parte de uma campanha educativa da autoridade de trânsito do governo do estado de South Wales na Austrália.  

Por que professores corrigem provas?

Aprendi isso com FK. É tudo uma questão de agente-principal.

Vou supor que todos os alunos são homogêneos e se importam apenas com a nota. Essa é uma hipótese forte, mas ela serve para focar na questão de incentivos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

On Drugs

I dont know this Sérgio Sousa, but he is my friends' friend, so I will try to be polite. He says criminalization led to better quality drugs due to more organized supply (see his post here). And lower prices!
Jesus, man! IT HAS TO BE THE CONTRARY.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Usando a "sabedoria das massas" para prever a economia


O Instituto Adam Smith, em parceria com o Paddypower.com, lançou recentemente um mercado de apostas para taxa de inflação e desemprego no Reino Unido.

Criminalizar o mercado das drogas funciona?

Um artigo publicado esta semana no British Medical Journal Open sugere que as políticas de desmantelamento do lado da oferta do mercado de drogas não estão funcionando. Utilizando dados longitudinais de preço, pureza e apreensão de drogas (maconha, cocaína, heroína e ópio) coletados desde os anos 90 por órgãos governamentais que monitoram esse mercado, os autores mostram que os preços reais dessas drogas caíram cerca de 80% entre 1990 e 2007, enquanto que a pureza delas aumentou. Isso tudo a despeito do aumento no volume de apreensões durante esse período (clique aqui para ver o artigo).

Dilma vira Cristina?

Sem a Marina, vai ficar fácil pra presidenta.
Minha pergunta é se ela vai tirar o Mantega de lá em 2015, ou não.
A outra pergunta: ela aprendeu com o fracasso do experimento heterodoxo, que nos deu inflação de 6% e crescimento de 2%? Ou será que eles acham mesmo que é culpa de espiões americanos sabotando a Petrobrás? Sei não, Dilma II me parece que vai ser assim: ajuste ortodoxo em 2015 e volta à heterodoxia em 2016. Ou seja, mais do mesmo: inflação a 6% e crescimento a 2%. Mas como diz um amigo meu, poderia ser pior, é só olhar para o que a Cristina aprontou...ah, na verdade tenho uma última pergunta: Dilma vira Cristina com que probabilidade?

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Best brazilian economists of the 21th century

1 - Economist X (always right in every debate he enters, from dsge macro to radars effectiveness)

2 - FK (because he was X's pupil at UCLA and still calls him when has difficulties with micro theory)

O modelo de câmbio do Celso Toledo

É assim: transações correntes como fçao do câmbio, do diferencial de crescimento Brasil / Mundo

Usa dados de 20 anos, trimestrais.

Com Mundo crescendo a 3,5% e Brasil a 2,5%, e câmbio a 2,30, TC vai em poucos anos para perto de -1% do PIB de novo. Mas, claro, como câmbio é endógeno, isso significa provavelmente que o câmbio vai para baixo no médio prazo.

Hora de vender. Ou você acha que Brasil vai crescer nos próximos anos mais que a média mundial?

Para usuários da Penn World Table

"How fast did Equatorial Guinea grow over the two and a half decades beginning in 1975? The natural place to turn to answer such a question is data from the Penn World Table (PWT), which is the most widely used source for cross-country comparisons for the level and growth rate of GDP. According to one version (PWT 6.2), Equatorial Guinea is the second-fastest growing country among 40 African countries. However, according to the previous version (PWT 6.1), which was released 4 years before, Equatorial Guinea was the slowest growing country. (...) if one were to compile the list of the 10 fastest and slowest growing countries in Africa between 1975 and 1999, PWT 6.1 and PWT 6.2 would produce almost disjoint lists." (Johnson, Larson, Papageorgiou and Subramanian, JME, 2013).

Abaixo a tabela (copiada do paper) com os países que mais e menos cresceram no período, de acordo com as duas versões da PWT. Scary.

PWT 6.2

PWT 6.1

Countries not appearing on both lists
CountryGrowth (%)CountryGrowth (%)
Top 10 countries
Botswana4.50Botswana5.10Congo, Republic of
Equ. Guinea4.00Cape Verde4.70Equatorial Guinea
Cape Verde3.70Mauritius4.30Ethiopia
Egypt3.70Egypt3.70Malawi
Mauritius3.70Tunisia2.50Mali
Lesotho3.50Uganda1.70Uganda
Tunisia2.70Morocco1.70
Mali2.00Lesotho1.50
Ethiopia1.60Congo, Rep of1.50
Morocco1.60Malawi1.20

Bottom 10 countries
Gabon−2.60Equ. Guinea−2.70Chad
Zambia−2.10Mozambique−2.40Cote d'Ivoire
Madagascar−1.90Zambia−1.80Gabon
Togo−1.70Comoros−1.60Guinea-Bissau
Guinea-Bissau−1.40Madagascar−1.40Mauritania
Comoros−1.20Cote d'Ivoire−1.40Namibia
Niger−0.70Niger−1.30Nigeria
Nigeria−0.50Mauritania−1.30Togo
Chad−0.50Togo−1.00
Mozambique−0.40Namibia−0.90