Com base em uma amostra de clientes de um banco italiano, Guiso, Sapienza e Zingales documentam que a aversão ao risco média aumentou significativamente com a crise. Para medir aversão ao risco, eles propõem uma loteria hipotética aos envolvidos (10.000 euros com 50% de chance, e 0 com 50%), e perguntam a cada pessoa: qual o valor M, tal que você estaria indiferente entre ganhar M com certeza, e topar o risco da loteria? E, de fato, os autores constatam que o valor M médio diminuiu significativamente entre 2007 e 2009 para as pessoas da amostra.
Isso não parece estar ligado às explicações típicas para elevação na aversão ao risco: redução na riqueza e na renda, e aumento na incerteza. Verifica-se o efeito acima mesmo para pessoas com nenhuma grana investida em ações, ou para indivíduos com renda certa (funcionários públicos e pensionistas).
Qual a explicação para a elevação na aversão ao risco? Pânico, pura e simplesmente.
Para avaliar essa hipótese, os autores realizam o seguinte experimento: apresentaram um trecho de 5 minutos do filme de terror Hostel, para um conjunto de alunos de graduação de Northwestern. E aplicam questionário semelhante ao usado no caso dos clientes do banco italiano. O resultado: a exposição ao filme leva a uma queda média de 27% no valor de M.
Link para o paper aqui.
O Zingales deu um seminário sobre esse artigo no Encontro Brasileiro de Finanças desse ano. Depois no painel sobre o finanças nos próximos 5 anos também surgiram alguns comentários interessantes sobre o artigo e a metodologia.
ResponderExcluirE o prêmio de vol das opções, hein, FK? Também aumentou com a crise?
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