sexta-feira, 1 de novembro de 2013

IPVA


Em janeiro, teremos que pagar o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA. Bem, pelo menos quem tem carro terá que pagar.

Em São Paulo, o pagamento funciona assim: quem pagar à vista em janeiro tem 3% de desconto. Pode-se pagar sem desconto em fevereiro. Se preferir parcelar em três vezes, a primeira parcela é em janeiro, a segunda, em fevereiro e a terceira, em março.

Será que o desconto é baixo? Vou mostrar que não é e aviso que pagar com desconto é a melhor opção, a menos que sua aplicação financeira tenha um rendimento líquido impressionante ou o custo efetivo de tomar emprestado seja bem baixo (geralmente nunca é).

Os juros implícitos nas opções de pagamentos variam em razão de dois fatores. As datas de pagamentos, por alguma razão que não sei explicar, variam com o final da placa. O segundo fator é a data de carnaval, mas que não terá efeito nenhum especificamente em 2014 porque cai em 03 de março. Portanto, a depender do carnaval e do final da placa, os juros podem ser diferentes para o contribuinte, o que me faz imaginar que há violação da isonomia tributária nesse caso. Porém, não sou advogado para afirmar nada.

Veja na tabela abaixo as datas de pagamento para 2014.
Cota com desconto/1.a Parcela Cota Única/2.a Parcela 3.a Parcela
Final 1 13-Jan-14 13-Fev-14 13-Mar-14
Final 2 14-Jan-14 14-Fev-14 14-Mar-14
Final 3 15-Jan-14 17-Fev-14 17-Mar-14
Final 4 16-Jan-14 18-Fev-14 18-Mar-14
Final 5 17-Jan-14 19-Fev-14 19-Mar-14
Final 6 20-Jan-14 20-Fev-14 20-Mar-14
Final 7 21-Jan-14 21-Fev-14 21-Mar-14
Final 8 22-Jan-14 24-Fev-14 24-Mar-14
Final 9 23-Jan-14 25-Fev-14 25-Mar-14
Final 0 24-Jan-14 26-Fev-14 26-Mar-14





Com base nessa tabela e nas regras mencionadas anteriormente, podem-se calcular os juros embutidos em cada opção de pagamento. Os juros foram anualizados (usando a convenção de 365 dias), para serem comparáveis com outras possíveis aplicações. Veja na tabela a seguir os juros implícitos, de acordo com o final da placa e a forma de pagamento escolhida.


Cota Única Parcelado
Final 1 43.14% 45.40%
Final 2 43.14% 45.40%
Final 3 40.06% 43.09%
Final 4 40.06% 43.09%
Final 5 40.06% 43.09%
Final 6 43.14% 45.40%
Final 7 43.14% 45.40%
Final 8 40.06% 43.09%
Final 9 40.06% 43.09%
Final 0 40.06% 43.09%

Assim, quem tem uma frota de veículos, mas está sem caixa para pagar o IPVA, deve tomar emprestado a taxas efetivas menores que as anteriores. 

A pessoa física com um ou dois veículos, acho, dificilmente conseguirá taxas efetivas atrativas. Sempre há aquela despesa bancária que ninguém avisa, exceto o extrato da sua conta. Por isso, comece a economizar.

15 comentários:

  1. Um blog sobre economia poderia utilizar dados econométricos sobre assunto, autor, número de visualizações e comentários em vez de fazer enquete...

    Será que as pessoas pedem nas enquetes o que elas costumam ler e comentar? Minha opinião é que existe um viés para parecer intelectual na enquete.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Parecer intelectual? Pra quem meu deus, se é anônimo? E que opção é essa que faz alguém "parecer intelectual"? Seja lá qual for, deve estar "perdendo" pra "variedade", logo sua teoria vai pro espaço.

      PS: Não existe "dados econométricos". Existe "dados" e o que você pode fazer com eles.

      Excluir
  2. O IPVA em São Paulo é 4% da tabela FIPE, ou seja, os proprietários de veículos pagam um aluguel do seu próprio carro ao governo. Isso gera distorções, como um número grande de veículos com placa do Paraná, onde a alíquota é menor. Outro fato comum é o individuo pagar mais no IPVA do que no IPTU.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E muita gente do estado de São Paulo nem paga IPVA. Estima-se algo entre 30% e 50%. Pergunte se não seria o caso de baixar o preço do IPVA para 2/2,5% e veja a resposta que vai receber.

      Excluir
    2. A alíquota máxima do IPVA deveria ser de 1%, que é a do IPTU. No prédio onde moro, o último apartamento foi vendido a 860 mil, e paga 2 mil de IPTU. Por outro lado, na garagem a maioria dos carros são SVU, Corolla, Civic, etc. Um sedã tem preço médio de 60 mil e paga R$ 2.400,00 de IPVA.

      Excluir
    3. Esqueci de um detalhe. Cada apartamento tem 2 vagas, então cada contribuinte, paga mais que os R$ 2.400,00 do exemplo. Para pagar menos IPVA que IPTU o cidadão tem comprar 2 carros populares chineses para a família.

      Excluir
    4. Entendi. Mas, há diferenças consideráveis na natureza do imposto. O carro gera externalidades negativas que eventualmente o imóvel não gera. Por isso, precisaria ser mais taxado.

      Acho que seu raciocínio é: como um bem que custa menos pode pagar mais imposto que um bem que custa mais? É estranho mesmo, mas é que o uso desses bens é diferente.

      Excluir
    5. Professor, obrigado. Não pensei nas externalidades como poluição e trânsito.

      Excluir
    6. Comparado a outros estados, o IPVA em São Paulo é caro mesmo. Eu não sei se isso tem a ver com externalidades, no seguinte sentido: o gestor público deixa o IPVA alto para desestimular o consumo e reduzir as externalidades. Acho que tem a ver com arrecadação mesmo.

      Excluir
    7. Para diminuir as externalidades não seria melhor taxar por uso e aumentar a alíquota do IPVA para carros mais velhos e motos?

      Excluir
  3. Excelente post! Obrigado pela dica!

    ResponderExcluir
  4. Imagino que a razão de haver datas diferentes por placa seja só pra evitar que todos os proprietários de automóveis fossem ao banco no mesmo dia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Verdade. Lembrei-me que era por isso. Então, não entendo por que continua assim. Afinal, o pagamento pode ser feito via internet ou caixa eletrônico. A fila para isso acabou.

      Excluir